Programa de coleta seletiva dobra renda de catadores de lixo Por Silvia Tada (Correio do Estado - MS)
Em um mês de implantação do programa Reciclar de Coleta Seletiva, o agente autônomo de reciclagem (catador) Genivaldo Francisco Alexandre, 31 anos, revelou que aumentou em 140% seus ganhos com a coleta de material reciclável, passando de R$ 50 por semana para uma média de R$ 120. "Neste último mês, teve um salto na quantidade de material que as pessoas estão separando. Tanto é, que antes eu saía duas vezes por dia e agora, passei a sair três", afirmou. Ele é um dos 170 "carrinheiros" cadastrados pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semades) para participar do programa.
Para Genivaldo, que sustenta a família formada por sete pessoas, a maior vantagem, no entanto, é quanto ao tratamento dado aos trabalhadores. "Notei que nos últimos dias muitos moradores, ao perceberem que eu estava passando para selecionar o material, vieram oferecer alguma coisa que tinham em casa. Hoje, por exemplo, vendi materiais de ferro, um artigo bastante raro, pois um senhor me ofereceu", comemorou.
O período só não é o melhor em ganhos, salientou, porque o preço pago aos produtos recicláveis vem caindo nos últimos anos. O carrinheiro revela que acompanha o mercado financeiro, como a cotação do dólar, para vender seus produtos. "Os preços de latinhas de alumínio e itens de cobre variam conforme a cotação do dólar. Então, espero juntar uma certa quantidade, vejo quando está mais favorável para vender e aguardo o melhor momento".
Aumento
A avaliação da Semades do primeiro mês de trabalho é positiva. Principalmente na região central da cidade, os agentes têm relatado maior volume de material disponibilizado. "A adesão é muito positiva. Apenas um dos pontos a serem aprimorados é quanto ao convencimento da população para participar da separação de seu lixo", explicou a assessora técnica Adriana Barros.
Para participar do programa, a população deve separar o seu lixo entre úmido e seco. As sacolinhas plásticas laranjas distribuídas pelos supermercados deverão receber os materiais recicláveis (latas, papel, papelão, plástico, garrafas, por exemplo). Já as brancas ficam com o lixo orgânico (como restos de comida, papel higiênico).
O secretário de Meio Ambiente, Frederico Freitas Júnior, explicou que a cor laranja, que nacionalmente é usada para depósito de "resíduos perigosos", foi adotada porque as pessoas poderão descartar, nas sacolas com esta cor, produtos como bateria, lâmpadas usadas e pilhas. "Pode acontecer de haver este descarte, então, é uma forma de alertar sobre esse tipo de lixo".
Fonte: http://www.reciclaveis.com.br/
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