Transgênicos avançam no Brasil e mídia ataca ambientalistas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve assinar uma Medida Provisória que vai diminuir as zonas de amortecimento nas quais é proibido o plantio de soja e milho transgênicos. Atualmente as lavouras transgênicas não podem ser plantadas em um raio de 10 quilômetros ao redor de unidades de conservação, seguindo o que é determinado na MP 131 de setembro de 2003. A partir da assinatura da nova MP, o raio vai diminuir para 500 metros! Entidades da sociedade civil encaminharam ao Presidente Lula uma carta criticando a tentativa obtusa do governo de cooptar votos do agronegócio através da liberação do plantio de transgênicos no entorno de áreas de conservação.
Outro front da transgenia está ocorrendo dentro da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A comissão está avaliando a liberação de seis novos tipos de transgênicos. Um é o pedido apresentado pela Bayer Seeds para liberação comercial de milho tolerante ao glufosinato de amônio. A Syngenta também está solicitando uma liberação para uma nova variedade de milho resistente a insetos. A Bayer CropScience tem dois pedidos, um para liberação comercial de milho tolerante ao glufosinato de amônio e outra para liberação comercial de algodão tolerante ao glifosinato de amônio. A Monsanto mais dois pedidos: milho resistente a insetos da ordem Lepidoptera (Milho Guardian) e algodão tolerante ao glifosato (Algodão Roundup Ready). Um novo parecer está sendo encomendado e talvez seja necessária a realização de um seminário para que seja tomada uma decisão pela CTNBio.
No front da guerra de informações a revista Exame, da editora abril, lançou na edição desse mês uma reportagem de treze páginas com o título "ONGs: Os novos inimigos do capitalismo", aonde afirma que "as organizações não governamentais ocuparam o espaço das antigas esquerdas no combate ao agronegócio, à globalização e à economia de mercado". Além de criticar a campanha contra os transgênicos a reportagem cita de forma sutilmente pejorativa a falta de transparência das ONGs, a luta contra o deserto verde, a campanha contra o Etanol e o "radicalismo" de ONGs que defendem a aplicação da legislação ambiental nas obras de infra-estrutura.
Fonte: http://www.midiaindependente.org/
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