Por Mauro KahnÉ notório que a geografia política do planeta é bastante influenciada pelas necessidades de recursos energéticos, em especial o petróleo. Por esta razão até existe uma ciência denominada "Geo-política do Petróleo".
Hoje ninguém mais duvida que o petróleo esteve por detrás de todas as guerras do século XX e que também estará presente nas guerras deste século.
Para nós do Clube do Petróleo, já está mais do que evidente isto, como também o fato, este relativamente novo, que as questões ambientais deverão seguir pelo mesmo caminho do petróleo, no que se referem a influência cada vez maior na geografia política do planeta.
Nós do Clube do Petróleo estimamos que no médio prazo, o problema de escassez da água, associado a redução das terras cultiváveis, acabarão por produzir uma série de conflitos, sejam estes locais ou internacionais.
Nossa dedução está baseada principalmente no que estudamos sobre "geo-política do petróleo". Observem que a história nos mostrou que os grandes produtores de petróleo querem lucrar o máximo, enquanto que os grandes consumidores, se pudessem, usariam o energético quase que de graça.
Obviamente, precisamos considerar que "água" ainda não virou "commodity" como ocorreu com o petróleo. Felizmente todos os povos ainda reconhecem que ela é indispensável para a vida. Aliás foi por esta razão que traçamos o nosso cenário otimista, no qual acreditamos na eficácia dos acordos internacionais e na predominância do bom senso, tudo para que se evitem mais desgraças, guerras e muitos milhões de vítimas.
Entretanto, existe também um cenário pessimista, que se fundamenta em alguns fatos históricos, alguns até recentes, como a crise de fornecimento do gás natural para alumas regiões da Europa, pois afinal ainda nos lembramos dos europeus, em particular os autríacos visivelmente preocupados, com a possível escassez daquele energético que utilizariam para se aquecer no inverno. Neste caso ponderamos, que de fato prevaleceram os interesses econômicos e políticos dos produtores prioritariamente a possibilidade de pessoas morrerem de frio. Um outro bom exemplo que podemos nos lembrar, é quando países exportadores de alimentos, passam aceitem que parte da sua produção se estrague (alimentos que poderiam matar a fome de tantos) somente para que possam sustentar as cotações internacionais. Nestes dois casos podemos confirmar que os interesses econômicos e políticos costumam prevalecer aos interesses humanitários, concordam?
É por tudo isto, que no nosso entendimento, em futuro não tão distante assim, muitos países poderão interromper suas negociações amigáveis e até partirem para confrontos em diferentes níveis, mas quase sempre em decorrência de problemas ambientais, cuja às origens ultrapassaram suas fronteiras. Como exemplo podemos citar a chuva ácida, os furacões cada vez mais fortes, a crescente poluição dos rios e das águas subterrâneas.
Ficamos realmente preocupados, porque observamos a dificuldade de implementar ações conjuntas. Estamos confiantes que a humanidade saberá, no tempo certo, encontrar bons substitutos para o petróleo. No entanto nos questionamos sobre a "água, o solo e o ar", como conseguiremos recuperá-los, uma vez que não poderemos contar com substitutos?
Ressaltamos a dificuldade que os líderes mundiais costumam encontrar para implementar soluções globais, sendo visível que as coisas se agravam a cada dia, justamente pela dificuldade de sair do plano para a ação.
Já reconhecemos a algum tempo, o desafio que é saber gerenciar os denominados "projetos ambientais globais", que são tão estratégicos para melhorarmos os indicadores ambientais do planeta.
Finalizo este artigo divulgando, que a pós-graduação em meio ambiente "MBE" (
www.mbcursos.com.br) foi pioneira, ao desenvolver uma nova disciplina para seu programa, que foi intitulada "Geo-política Ambiental". Esta disciplina é bem adequada aos novos tempos e está sendo ministrada pelo jornalista "André Trigueiro", que é um orgulho para o MBE, por ser um ex-aluno do MBE. Aliás André Trigueiro é um ex-aluno muito promissor, que se tornou-se autor de vários livros e professor de jornalismo ambiental na PUC-Rio. O jornalista foi premiado por especiais desenvolvidos para a televisão brasileira, sendo reconhecidamente um motivado defensor do meio ambiente.
* Mauro Kahn é advogado e administrador de empresas, diretor e fundador do Clube do Petróleo (desde 2000), gerente executivo da pós-graduação em petróleo MBP-COPPE (1998). Foi administrador na Shell Brasil entre 1988 e 1996. Kahn é especializado no setor petróleo e também em gestão ambiental, sendo inclusive o autor dos livros Sumário do Direito Ambiental na Indústria do Petróleo e Gerenciamento de Projetos Ambientais, Riscos & Conflitos. Mauro Kahn produziu, nos últimos cinco anos, dezenas de artigos e análises setoriais da Indústria do Petróleo & Gás. Coordenou inúmeros cursos e seminários direcionados para o setor petrolífero, além das atividades técnicas pertinentes ao site do Clube do Petróleo.
Fonte:
www.jornaldomeioambiente.com.br