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12 julho 2007
 
"ATITUDE" NO MATTO DENTRO
 
II Diálogos Sustentáveis:
Biodiversidade no engajamento de stakeholders


Com o intuito de promover a aproximação entre o setor privado e a biodiversidade, o Funbio - Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, organizou, no dia 14 de Junho, o II Diálogos Sustentáveis. Nessa edição cerca de 150 pessoas participaram do encontro, onde se discutiu a biodiversidade no engajamento de stakeholders e os conceitos que as empresas devem reavaliar para garantir a sustentabilidade. Os Palestrantes John Elkington (CEO SustainAbility), Ricardo Gui marães (sócio-diretor da Thymus Branding) e José Monforte (Presidente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa-IBGC), falaram sobre a importância da inclusão das questões socioambientais e culturais nas decisões estratégicas e na estrutura das empresas, mostrando novos caminhos nesse sentido, e deram sugestões para que o Brasil se encaixe nessa nova realidade.

O II Diálogos Sustentáveis aconteceu no Centro Brasileiro Britânico, em São Paulo, e também contou com a participação de Mário Monzoni (Coordenador do Centro de Estudos da Sustentabilidade da FGV), Liana John (Editora da Revista Terra da Gente) e Ricardo Arnt (Jornalista, assessor de comunicação da Presidência da Natura) como debatedores. Patrocinado pela Alcoa, o evento seguiu o formato da primeira edição e manteve o estilo de uma conversa informal, possibilitando um maior contato na troca de idéias. O diálogo foi aberto pelo Presidente do Conselho Deliberativo do Funbio, Guilherme Leal, que passou a palavra para John Elkington iniciar a palestra.

Caminhos para garantir a sustentabilidade - De acordo com Elkington, incluir questões sociais e ambientais nas decisões estratégicas tornou-se um fator decisivo para uma posição de destaque no mercado competitivo. O envolvimento dos stakeholders (fornecedores, parceiros, consumidores, etc.) é fundamental para a gestão das empresas: "O novo contexto exige uma mentalidade mundial, baseada na co-responsabilidade. Empresas e consumidores precisam criar novas regras para assumir um compromisso com posturas mais responsáveis", disse.

Um estudo, que a SustainAbility acaba de concluir, mostra que este novo contexto não só exige a união entre todos os setores da sociedade, como também a agilidade na tomada de medidas em relação às decisões futuras sustentadas na visão de “um só Planeta”. É preciso criar padrões inovadores de consumo e de relacionamento entre empresas e os stakeholders para enfrentar as variáveis econômicas e socioambientais, agravadas por potenciais desastres decorrentes de mudanças climáticas. As empresas precisam tornar mais claros e transparentes os riscos e oportunidades em suas estratégias de negócios, afirma Elkington.

Com base em uma projeção de que a próxima década será crítica para o futuro do planeta, o estudo da SustainAbility apresenta, para os próximos 20 anos, possíveis cenários para as empresas e entidades comprometidas com o desenvolvimento sustentável. Entre as necessidades urgentes, está a capacidade de planejamento para o inesperado para que as empresas possam desenvolver estratégias de valor e visão socioambiental que devem ser vistas como oportunidades de negócios. “Investimentos em sustentabilidade devem estar focados, principalmente, em mercados emergentes, onde há um crescimento desordenado das populações e a necessidade de desenvolvimento é prioridade”, alerta Elkington.

Outro estudo produzido pela SustainAbility, específico sobre o Brasil, avalia que embora a conscientização sobre os benefícios da adoção da responsabilidade social seja crescente entre as empresas brasileiras, ainda há muita resistência quanto a tornar transparente, para a sociedade, os seus processos de gestão. “A maior dificuldade é quanto a abrir seus processos internos, tornar mais transparente para a sociedade suas decisões estratégicas e seus impactos”, afirma.


Branding e Sustentabilidade - Ricardo Guimarães falou sobre a utilização do Branding como uma nova filosofia de gestão empresarial, enfatizando as semelhanças entre Branding e o conceito de sustentabilidade nas gestões de negócios e relacionamento com os consumidores. Na sua avaliação, o mercado corporativo está passando por um processo de mudanças radicais, mas as empresas brasileiras, com exceção de um número muito reduzido, ainda não estão preparadas para atender às demandas crescentes desse processo de transição em que as questões socioambientais assumem importância prioritária.

- A grande dificuldade hoje no Brasil é que não temos talentos e nem os instrumentos gerenciais para que as empresas possam aplicar a sustentabilidade em sua gestão. É preciso formar talentos para criar uma mentalidade e soluções sustentáveis para o País, aponta Guimarães.

Para ele, o conceito de Sustentabilidade traz a urgência da consciência crítica em relação aos meios de produção econômica, relacionamento corporativo e postura como consumidores. Nesse novo cenário, destaca, Branding passa a ser para as empresas o modo como ela gerencia seu relacionamento com o seu consumidor e, por extensão, com o seu país e com o mundo.

- Significa que o posicionamento do produto no mercado vai depender de como ele se relaciona com o mundo. Todo esse relacionamento passa a ser auditável. A marca passa a ser entendida por sua influência e impacto em determinada comunidade, e não apenas como marca imagem. É dessa forma que acontece o engajamento dos stakeholders nas decisões das empresas. O conhecimento, o talento e a visão criativa passam a ser considerados ativos de valor. Isso muda tudo, pois a dinâmica do relacionamento entre os seres humanos passa a ser de interdependência, a idéia principal que sustenta o conceito de sustentabilidade.

Governança corporativa - Para José Monforte, o Brasil está em um processo de transição para a efetiva governança corporativa. Algumas organizações já estão conscientes dos ganhos e adotando as regras do Novo Mercado. Nesse novo cenário, ele destaca a importância do papel do líder empresarial:

- O novo líder precisa ter uma visão de transformação. O crescimento sustentável implica essencialmente nessa capacidade de visão de preparar a empresa para os acontecimentos futuros. Muitas empresas ainda não estão adaptadas a esse novo ambiente competitivo que o sistema de governança exige. Considero quatro características fundamentais que uma liderança qualificada deve apresentar: eficiência, para competir no mercado; probidade, para garantir a segurança na gestão da companhia; responsabilidade, tendo real noção da importância do seu papel na sociedade; e transparência. Acredito que as lideranças empresariais brasileiras estão muito mais conscientes, não só em relação a eles próprios, mas também da necessidade de desenvolver pessoas, de capacitá-las melhor, de entender o mundo como inter-relações e que a visão sistêmica é fundamental na hora da decisão para se ter sustentabilidade, resu me Monforte.

Debatendo a sustentabilidade - Após as palestras, o Secretário Geral do Funbio, Pedro Leitão, deu início ao debate. A pergunta de Liana pergunta aos palestrantes foi sobre como se estabelece o diálogo entre sociedade e empresa para o alcance da sustentabilidade.

Ricardo Guimarães diz que a partir do momento que a empresa oferece seus produtos e serviços no mercado, já se estabelece uma dinâmica de relacionamento, em seu nome com a sociedade. O problema é que a empresa não está gerenciando esse diálogo. Ele cita o exemplo da Natura que ao pesquisar o mercado, no intuito de criar uma comunidade de consultoras, descobriu que existiam muitas dessas comunidades sem que a empresa estivesse diretamente envolvida.

Para ele é um equívoco falar que as empresas têm o controle sobre estabelecer ou não esse diálogo. É muito "burocrático" dizer: "Vamos criar um diálogo com a sociedade", sendo que esse relacionamento já existe como estrutura aberta, atribuindo valor a marca. O que a empresa deve fazer é gerenciar esse relacionamento, mas a seu ver, as companhias ainda não possuem ferramentas ou cabeças pensantes para gerenciar os processos e medir resultados, mesmo aquelas que percebem a existência dessa dinâmica.

Para Elkington, a sociedade não precisa necessariamente saber quais serão suas necessidades futuras ou o que precisa ser feito para conhecê-las, se souber ótimo. Por exemplo, antes do E-bay se tornar uma empresa milionária ninguém podia prever que aquele mecanismo de negócios era uma necessidade, não houve um “pré-diálogo” que definiu essa demanda. Segundo ele, estamos num espaço interessante, onde os modelos de negócios estão se expandindo pelo mundo, estão abertos ao diálogo e comprometidos em agradar o consumidor, mas mesmo assim, Elkington acredita que veremos muitas descontinuidades, econômicas e políticas nesse processo.

Ele pensa que, iremos encarar um período de incertezas onde será necessário criar pré-condições para uma verdadeira sustentabilidade econômica. Muitas companhias não possuem departamentos de responsabilidade social, ou sustentabilidade, mas existem outras pessoas fazendo esse trabalho e isso pode gerar diálogos mais profundos e interessantes, o que faz parte da abertura dos negócios.

O problema é que muitas dessas companhias vêem essas questões de relacionamento, apenas como questões estratégicas, conferindo a elas um caráter competitivo. Nos últimos tempos questões relacionadas à pobreza, por exemplo, estiveram no topo das “agendas”, mas será que as empresas ditas abertas têm o direito de estabelecer sozinhas essas prioridades? Elkington acredita que uma das pré-condições para se ter sucesso no diálogo com stakeholders sempre foi a de todos fazerem parte do processo, tanto os CEOs e as presidências das companhias, quanto o consumidor mais comum.

Monforte diz que é preciso muita persistência e bons exemplos de governança, para o estabelecimento do diálogo empresa-stakeholders. É fundamental que a comunicação seja feita nos dois sentidos e seja baseada na transparência. Ele destaca que o terceiro setor e os institutos criado pelas empresas têm muito a acrescentar na melhoria dessa comunicação.

Mário Monzoni colocou em questão os palestrantes partindo das seguintes hipóteses: Sendo Ele o CEO de uma empresa de Petróleo prestes a se instalar numa pequena cidade dentro da Amazônia, como ele deve se posicionar para garantir os interesses comerciais da empresa e a sustentabilidade? E, uma vez tendo falhado nesse processo e o caos estivesse instalado nessa pequena população, perguntou a Guimarães como reverter esse quadro e trabalhar a imagem corporativa dessa empresa? A resposta de Elkington foi baseada na aposta pela inovação tecnológica, buscando as alternativas que atingissem o objetivo da exploração com mínimos danos. Já Ricardo Gui marães disse que temos ferramentas suficientes para imputar um planejamento e gestão de acordo com a realidade, minimizando os riscos, e que a solução para a empresa hipotética é mudar a estratégia de comunicação resgatando uma dinâmica saudável de relacionamento com os públicos.

Ricardo Arnt baseou sua pergunta na percepção de que a consciência ambiental já vem crescendo no Brasil há mais de 20 anos, mas que efetivamente não há mudanças concretas na postura das organizações. Elkington diz que antigamente as pessoas não viam as questões ambientas de forma preocupante, pois não haviam imagens nem evidências constantes dos efeitos da destruição como agora. A tendência esperada é que, devido à rapidez das mudanças climáticas, a recorrência de catástrofes naturais e o acesso a essas informações, empresas e pessoas se voltem para essas questões de forma mais participativa. Porém, constitui um grande desafio educacional fazer as pessoas acordarem para a questão climática e assumirem comportamentos de conservação. A visão de Guimarães é mais otimista, pois acha que a situação poderia ser bem pior, tanto no aspecto do desequilíbrio, quanto da lenta tomada de consciência. P ara ele ainda há tempo para reverter esse quadro. Acredita que foi preciso uma certa dose de pânico para dar passos significativos, mas a consciência ecológica mundial evoluiu dentro do processo, e está no caminho certo. Monforte não tem a sensação de que a consciência de preservação caminha na velocidade da destruição, e tem receio do que pode acontecer se a humanidade não acordar a tempo.

Após o debate no palco, o evento abriu espaço para que a platéia continuasse a discussão. O II Diálogos Sustentáveis conseguiu reunir visões bem diferentes sobre a importância do envolvimento dos stakeholders e como cada um vê o caminho da sustentabilidade neste processo. Pedro Leitão encerrou o encontro anunciando que o Funbio promoverá um próximo debate no segundo semestre desse ano, relacionando o papel do setor privado, a conservação da biodiversidade e a questão das mudanças climáticas.

Fonte: www.funbio.org.br
 
 
 
   
 
 
 
 
 
 
 
   
   
   
 
 
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
     
   
   
 
 
   
   
   
 
 
 
   
   
 
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