Por Célio Lupparelli"Os estudantes que entram na Universidade pelo sistema de cotas têm mostrado capacidade de superar não só os desafios financeiros para se manter no curso, como também as desigualdades da formação educacional anterior e o próprio Ensino Superior." Fontes: livro Cotas Raciais no Brasil e Jornal o Dia.
A pesquisa feita pela UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense) parece acabar com os conceitos de que há evasão dos cotistas e que há diferença de desempenho. Não entramos nestes méritos. Se os números apresentados pela Universidade são verdadeiros, melhor assim... Se os cotistas mostram capacidade de superar desafios, é saudável para a Democracia Brasileira. Não discutimos. Aplaudimos.
O que nos preocupa, entretanto, é que, as medidas que os governos devem tomar no Ensino Fundamental para democratizar a ascensão social através de uma Escola de qualidade para todos estão longe de ser adotadas. As cotas deveriam ou poderiam ser um mecanismo para inclusão a ser usado com data e prazo para terminar.
Se uma Política Educacional séria for adotada para todas as crianças que estão chegando agora à Escola, daqui a 12 anos, todas poderão estar em um patamar de competição capaz de reduzir as diferenças de raça, de poder econômico etc e, aí sim, a verdadeira democracia na Universidade estará instalada.
A universalização das oportunidades no meio estudantil reduz os constrangimentos e os preconceitos. Repito, não discuto a pesquisa da UENF, mas não posso acreditar que as autoridades brasileiras considerem resolvida a questão do acesso ao Ensino Superior com a adoção, apenas, do regime de cotas.
Não se iludam! Se as medidas corretas não forem implementadas, esta prática estará gasta daqui a um tempo.
Não é hora de tapar o Sol com a peneira.
* Professor, Médico, Administrador, Supervisor Escolar
Atualmente Vereador da Cidade do Rio de Janeiro
Fonte:
www.mczero.org