Empresa desenvolve cartão magnético de pet
Foram seis meses de pesquisas, tentativas e erros até que a empresa Urbanize, em parceria com a KGM, desenvolveu um cartão magnético feito a partir de garrafas pets recicladas. O desenvolvimento do projeto custou R$ 250 mil e as indústrias sorocabanas fornecerão a matéria-prima para a confecção dos cartões, não englobando portanto, a colocação de bandeira, tarja magnética e informações eletrônicas do cartão. Sócio e diretor comercial da Urbanize, Ferdinando Roberto Carvalho explica que atualmente o dinheiro eletrônico é feito com PVC, material considerado tóxico e já proibido em diversos países. E o produto que foi desenvolvido na cidade é o primeiro cartão magnético feito a partir de plástico reciclado no mundo.
O projeto nasceu com um pedido do Banco do Brasil que está interessado em ser pioneiro no lançamento deste produto no mercado, fato que aconteceria em comemoração aos seus 200 anos de existência. Carvalho lembra que o primeiro contato com a instituição financeira nasceu por meio de fornecimento de etiquetas. Com pet reciclada, nós fizemos tags, que são etiquetas mais elaboradas, lembram um cartão e trazem uma pequena mensagem. Eles queriam a etiqueta para colocar nos projetos apoiados por eles, fala. O banco aprovou o resultado e solicitou o desenvolvimento do cartão magnético. Eles têm interesse em comprar um produto que foi desenvolvido com apoio deles, conta.
A fabricação da chapa apropriada para os cartões aconteceu em julho e deste tempo até dezembro último, o trabalho foi em adaptar as tecnologias existentes para este material. Hoje tudo é para PVC: a tarja magnética, a impressão e até mesmo a máquina é para PVC, então, tivemos que passar por um processo de adaptação e agora já está tudo resolvido, comemora Carvalho. O custo de produção do cartão à base de pets recicladas, segundo Carvalho, é o mesmo do PVC, fato que derruba a crença existente de que produtos reciclados são mais caros. No entanto, o benefício apontado pelos produtores, além da diminuição do uso do PVC, é a retirada de milhares de toneladas de garrafas da natureza.
Os termos contratuais com o banco estão sendo ajustados e as partes estudam a exclusividade do produto para a instituição financeira e todas as suas bandeiras. Meu interesse maior é o de abrir mercado e, a partir destes cartões magnéticos, passar a fabricar crachás, cartões de seguradoras e coisas destes tipo, sintetizou Carvalho.
Material escolar
Em 2007, as empresas sorocabanas ganharam licitação na Prefeitura de São Paulo para a fabricação de pastas escolares do tipo maleta. Dentro das pastas, os alunos da rede pública municipal receberão os livros didáticos. O contrato feito é de R$ 800 mil e foram encomendadas 277 mil unidades. Foram R$ 400 mil só em compra de garrafas, o que dá mais de 100 toneladas ou 1,5 milhão de garrafas que não estão na natureza, falou Carvalho.
Seguindo a tendência de responsabilidade social e ambiental também para a esfera pública, a licitação para o fornecimento das pastas exigiu que a fabricação fosse feita a partir de material reciclado. Éramos apenas três concorrentes e depois que ganhamos tivemos que buscar garrafas em outros lugares. Até no Rio de Janeiro nós compramos, contou Carvalho. Além das maletas, as garrafas pets também estão sendo usadas na fabricação de réguas e canetas e pastas do tipo gaveta, mas as possibilidades de uso são vastas e variadas.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul - SP
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