07 novembro 2007
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"SORRINDO" PELO MATTO DENTRO
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E o Evo está retendo gases! Luftal nele! O Pum es Nuestro! Quem tiver carro a gás processa o Evo por danos MORALES! O Brasil não vai ter apagão, vai ter Apagás! Apagarás!
Mas diz que o Lula vai soltar um PUM: Plano de União ao Morales. O negócio e estocar repolho, ovo cozido, brócolis e batata doce. Se faltar gás, o meu carro será movido a pum! E vai ter até adesivo. "Carro Movido a Pum".
hahahaha...
Estão rindo, né?!
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O MATTO DENTRO PEDE SOCORRO!!!
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Quantas vidas serão perdidas e quantas cidades serão destruídas até que a sociedade e os governos comecem a questionar o domínio do automóvel sobre espaços e vidas? Pelo andar da carruagem, continuaremos a bater recordes de vendas, de mortos e feridos, de congestionamento, estresse, poluição, doenças cardíacas e respiratórias, de fragmentação do espaço público... E o pior: continuaremos acreditando que tudo isso significa "desenvolvimento".
Um milhão de carros nas ruas de BH Capital chega à marca de um veículo para 2,4 habitantes, o que a sufoca ainda mais e aumenta a poluição, mas ainda não há projetos para desafogar o trânsito
Por Fábio Fabrini
São 17h30 e a Divisão de Registro de Veículos (DRV), braço do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), responsável pelo emplacamento de carros, encerra mais um expediente. No mesmo horário, começa uma onda de congestionamentos nas principais ruas e avenidas de Belo Horizonte. Seria um dia comum, não fosse um ingrediente a mais na rotina, de forte apelo simbólico: a unidade do Detran, no Bairro Nova Gameleira, na Região Noroeste, emplacou, silenciosamente, o veículo de número 1 milhão na capital. Um fato preocupante para quem vive nesta cidade. A tendência é que, cada vez mais, os moradores sofram com a falta de mobilidade no trânsito, o estresse, o barulho e a poluição.
O departamento emplaca, diariamente, 500 veículos. Nunca a média foi tão alta, por uma série de motivos. É cada vez mais fácil adquirir um carro. Nos últimos dois anos, enquanto o poder de compra do brasileiro aumentou, os bancos reduziram os juros e esticaram os prazos de financiamento. As montadoras batem recorde de vendas, oferecendo parcelamentos de até seis anos, sem entrada. Para os especialistas, soma-se a isso o magnetismo exercido pelo automóvel no imaginário brasileiro. Carro é sinônimo de conforto, praticidade e status.
Mais precisamente até a manhã de ontem, BH já tinha 1.000.421 veículos, 52% a mais do que havia em 1999, um para 2,4 habitantes. Quando se considera somente os carros de passeio, a relação é de três para um, uma das menores entre as capitais brasileiras. Nessa categoria, a frota cresce a taxas que variam entre 4% e 7% ao ano, só menores que as verificadas entre as motos (de 8% a 16%). O Estado de Minas mostrou, sábado, que já há mais veículos que habilitados na cidade. No início do ano, a expectativa do Detran era de que a barreira de 1 milhão fosse rompida em dezembro.
O resultado da expansão é uma divisão nada democrática do espaço urbano. Enquanto os ônibus, que não passam de 10% da frota, transportam 71% da população, os carros de passeio, que são cerca de 80% e ocupam bem mais lugar nas ruas, levam 17%. Um veículo de transporte público comporta até 100 passageiros, ao passo que a taxa de ocupação média, por carro, é de 1,4 pessoa. "Em outras palavras, os engarrafamentos de BH são filas de automóveis vazios", diz o engenheiro civil Frederico Rodrigues, consultor em Transportes. Nas contas do especialista, um coletivo cheio retiraria das ruas 70 modelos de passeio. A BHTrans, responsável pelo gerenciamento do trânsito e do transporte na cidade, ainda não mede os congestionamentos, como ocorre em São Paulo. Mas alguns indicadores mostram os impactos da frota. Devido à saturação, no horário de pico a velocidade média dos ônibus varia entre 10 e 28 km/h, conforme a linha. Além da perda de tempo nos deslocamentos, há outras conseqüências. O gerente de coordenação de Meio Ambiente e Qualidade da empresa, Márcio Batitucci, diz que os veículos são responsáveis por 70% da poluição do ar. Os carros de passeio movidos a gasolina, álcool ou gás despejam 85,8% do gás carbônico, 68% dos hidrocarbonetos voláteis e 57% dos óxidos de nitrogênio provenientes da frota. "Quanto mais rodam, maior é a probabilidade de doenças respiratórias", conclui. Eles também são os grandes vilões do meio ambiente quando o assunto é o barulho, um dos principais causadores do estresse. Em geral, um carro emite 70 decibéis a um metro de distância. "Em nenhum lugar da cidade admite-se mais do que isso", afirma Rodrigues, acrescentando que, quanto mais cheia a rua, maior é o ruído. Não só para o poder público, mas para a população, o desafio que se impõe é o que fazer com tantos motores. O diretor-presidente da BHTrans, Ricardo Mendanha, diz que, cedo ou tarde, a cidade terá que conviver com restrições radicais ao automóvel, como o pedágio ou o rodízio no Centro. Mas antes disso a empresa planeja uma série de medidas para desestimular o uso desse meio de transporte. "O objetivo é tornar os outros meios de deslocamento - seja por ônibus, bicicleta ou à pé - mais atraentes", acrescenta. MOBILIDADE No ano que vem, uma consultoria contratada pela BHTrans vai apresentar um plano de mobilidade, que mostrará qual é a intervenção mais adequada para cada região da capital. Trata-se de um projeto de longo prazo, a ser implantado até 2020. Nos grandes corredores, a saída deve ser a criação de faixas e pistas exclusivas para coletivos, semelhantes às das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado. Também deve ser adotado o sistema de estações-tubo, já implantado em Curitiba, que agiliza o embarque. Outra idéia é a construção de ciclovias e bicicletários - hoje, apenas 0,6% da população tem a bicicleta como primeiro meio de transporte. Para incentivar os deslocamentos a pé, a alternativa é a reforma e ampliação de calçadas. Por ora, a ampliação do metrô ainda é uma promessa difícil de ser concretizada, pois os investimentos anunciados pelo governo federal não são suficientes para tirá-lo do papel, mas Mendanha acredita que a escolha da capital como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 pode impulsionar o projeto: "A linha Pampulha-Savassi vai passar pelo Mineirão. Estamos no país do futebol e temos que aproveitar as oportunidades". Para melhorar o sistema viário, que converge para o Centro, aumentando os congestionamentos na região, a prefeitura promete desengavetar um projeto paralelo, também de longo prazo. É o Programa de Vias Prioritárias de BH (Viurbs), que prevê 72 obras para aumentar as rotas perimetrais na cidade. Fonte: http://www.uai.com.br/
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06 novembro 2007
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"NOTÍCIAS" DO MATTO DENTRO
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Vale do Rio Doce vai mudar nome e marca em novembro Por Sérgio Costa
Maior empresa brasileira, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) vai mudar de nome e de logomarca a partir de novembro. A decisão da direção da CVRD e do conselho de administração é reposicionar a empresa no mercado de uma forma mais compatível com o status de companhia multinacional, consolidado com a aquisição da mineradora canadense Inco, no ano passado, por US$ 18 bilhões.
O novo nome ainda não foi decidido e as opções estão sendo tratadas na empresa como segredo de Estado. O sigilo é tamanho que a África, agência do publicitário Nizan Guanaes, foi contratada com a missão de fazer a campanha da nova marca da empresa sem saber ainda os novos nome e logotipo.
Toda a estratégia de divulgação está sendo desenvolvida em cima dos conceitos que a CVRD quer adotar a partir de agora. Uma empresa internacional que seja imediatamente identificada com o Brasil.
Uma grande empresa nacional e uma outra americana, especializadas em marketing e criação de marcas, foram contratadas pela Vale e estão trabalhando no projeto. Aliás, a palavra Vale, como a empresa é mais conhecida no Brasil, tem grandes chances de não figurar no novo nome.
Uma das principais linhas de discussão é se apenas a sigla --CVRD-- deveria ser adotada. Outra opção em estudo é focar a marca em cima apenas da expressão "Rio Doce".
A idéia é, dez anos depois da privatização, romper com os laços que ainda ligam a empresa à imagem de uma ex-estatal, além de reforçar a marca internacional, livrá-la do losango e das barras de seu logotipo atual, associadas de alguma forma à simbologia de patentes militares que ainda remetem à época da ditadura.
A mudança também ocorre em um momento de questionamento da privatização da empresa, em que algumas entidades defendem a realização de plebiscito para avaliar a venda da mineradora.
A CVRD foi fundada pelo governo federal em 1942 e privatizada em maio de 1997.
Uma reunião em um hotel na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, que acabou neste fim de semana, definiu as novas diretrizes para mudanças na imagem da empresa.
Como não tem nenhum produto facilmente associável à companhia, que fornece matéria-prima para diversas outras empresas com marcas mundialmente muito mais conhecidas do que CVRD, a idéia é criar uma marca de identificação forte e que possa ser associada a tudo o que é produzido a partir do minério de ferro: de fogões a aviões.
A conclusão dos executivos é de que a empresa é mais forte do que conhecida. Na segunda-feira, o presidente Roger Agnelli anunciou que a CVRD havia se transformado na 31ª empresa do mundo, à frente da IBM. Antes, já tinha se tornado a maior companhia brasileira, ao superar a Petrobras. Esta semana, seu valor de mercado atingiu US$ 167,3 bilhões -alta de 140% em relação à cifra do final de 2006, US$ 69,8 bilhões. O desafio é criar uma marca que espelhe tudo isso.
Fonte: Folha Online
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"CURIOSIDADES" DO MATTO DENTRO
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Biólogo polêmico põe 'novas espécies' na internet
O polêmico biólogo Marc van Roosmalen, acusado de biopirataria e de desvio de dinheiro público, vai apresentar na internet a descoberta de uma nova espécie de anta amazônica, a anta-anão, que ele está chamando de Tapirus pygmaes.
O animal é um dos novos 37 mamíferos que Roosmalen diz ter descoberto em apenas uma bacia do Rio Madeira, o principal afluente do Amazonas.
Roosmalen afirma que, além de ter um tamanho significativamente menor, a anta-anão é marrom escuro ou preta, em vez do marrom avermelhado, como a da anta terrestre (Tapirus terrestris).
Embora diga já ter visto a anta-anão, Roosmalen nunca registrou imagens do animal e vai publicar uma reconstrução a partir do que viu e de um crânio.
Segundo o biólogo, por sua distribuição limitada e aparente raridade, ele considera a anta-anão "altamente ameaçada".
Um porco-do-mato que seria o maior do continente americano, um boto roxo e uma onça preta de pescoço branco são outros exemplos de espécies que ele diz ter descoberto na Amazônia.
O biólogo também diz ter encontrado pelo menos 100 novas espécies de árvores de grande porte, mas alega que não pode prosseguir com as pesquisas porque teve o seu material confiscado durante o processo judicial.
"Nós não sabemos absolutamente nada do ecossistema amazônico, é isso o que eu quero mostrar. Se ainda podemos encontrar elementos de megafauna e megaflora, o que sabemos desse escossistema?", disse o biólogo à BBC Brasil.
Segundo o cientista, todos os animais que descobriu servem de alimentos para os moradores locais.
"Em vez de jogar os restos não comestíveis no rio, eu peço que eles guardem esse precioso material pra mim" escreve Roosmalen no seu site.
Da anta-anão, ele conseguiu o crânio; da onça de pescoço branco, a pele.
Roosmalen, holandês naturalizado brasileiro, vive há 20 anos na Amazônia e é reconhecido oficialmente pela descoberta de seis novas espécies de primatas.
O cientista foi demitido do Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas em 2003, acusado de enviar material genético para fora do Brasil.
Em junho, ele foi condenado a 15 anos de prisão por crime ambiental e uso indevido de verba pública, foi preso mas conseguiu um habeas corpus e aguarda em liberdade a decisão sobre um recurso judicial.
O biólogo diz que a motivação das acusações é política porque ele teria ido contra os interesses de exploração econômica da Amazônia.
O responsável pela fiscalização do acesso ao patrimônio genético do Ibama, Antonio Ganme, diz que respeita o trabalho de Roosmalen como biólogo, mas o condena por ter enviado material genético brasileiro para fora do país, sem autorização.
O material que Roosmalen levou para o exterior, amostras de plantas e insetos, segundo Ganme, tem grande potencial para a indústria farmacêutica.
"O Brasil já perdeu uma quantidade absurda de dinheiro com medicamentos patenteados com esse tipo de material."
Ganme não questiona, porém, a possibilidade de Roosmalen ter descoberto tantas nova espécies em pleno século 21.
Para Ganme, cientistas brasileiros só não descobrem mais porque falta financiamento para pesquisa.
Fonte: Estadão Online
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"EXEMPLOS" PELO MATTO A FORA
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Rebelião dos homens-flor Por Ferreira Gullar
Os monges de Mianmar, que buscam democracia, são o contrário dos homens-bomba
Faz 45 anos que a antiga Birmânia, hoje Mianmar, vive sob ditadura militar. É muito tempo. As ditaduras, lá como cá, qualquer que seja o pretexto de que se valham, são muito parecidas: não toleram opositores, cerceiam as liberdades, censuram a imprensa, violam os direitos humanos, prendem, torturam, matam. Nós, brasileiros, nós, latino-americanos, conhecemos isso muito bem. E essa é uma das razões por que nos identificamos com a luta dos monges birmaneses e com eles nos solidarizamos em nome da maioria dos brasileiros, particularmente daqueles que sentiram na carne o arbítrio do totalitarismo.
O surgimento das ditaduras pode ter muitas causas e, entre elas, está quase sempre a descrença na democracia e a crença ilusória em promessas milagrosas. Outra das causas é a pressa na solução dos problemas sociais, pressa essa que nasce do desconhecimento de sua complexidade. É natural que se tenha urgência em eliminar as desigualdades e estender a todos melhores condições de vida, mas é perigoso acreditar em salvadores da pátria e em soluções de força. O mal do bom tirano é que ele acha que nunca erra, logo, quem o critica, critica-o por razões sórdidas, é inimigo do povo.
Lembro-me da visão equivocada, que eu e meus companheiros tínhamos, às vésperas do golpe de 1964. Dizíamos então que o regime político do Brasil não era democrático, porque milhões de brasileiros viviam abaixo da linha de pobreza. Era, dizíamos, uma falsa democracia. Aí, veio o golpe militar e logo, logo, aprendemos a diferença entre um regime cheio de defeitos, mas que nos permitia denunciá-los e lutar por mudanças, e um outro, que chegava prometendo tudo corrigir, mas que não permitia a ninguém abrir a boca. E quem a abriu demasiado sofreu as conseqüências da prisão, da tortura, do exílio, quando não sumiu para sempre.
Mianmar fica longe de nós, no sudeste asiático, imprensada entre a Índia e a China, que parecem tudo fazer para que não se saiba do que se passa ali. É que tanto uma quanto outra, por razões estratégicas e econômicas, têm interesse em que nada mude na pequena e pobre Mianmar. A China, que já submeteu e calou os monges budistas do Tibete, não tem qualquer simpatia pela rebeldia dos monges birmaneses em sua luta pela democracia, não só porque vê nisso um mau exemplo para seu povo, como porque, graças à ditadura do general Than Shwe, tem garantido para si o fornecimento do petróleo e do gás birmaneses. Por isso mesmo, na ONU, vetou a proposta que visava deter a violência dos militares contra os monges e militantes da causa democrática.
A Índia, embora seja uma democracia, tampouco está interessada em entrar em conflito com a ditadura birmanesa, que lhe abriu as portas para lucrativos investimentos. Isto para não falar em quase 200 empresas estrangeiras, que para lá se mudaram, em busca de mão-de-obra barata.
Desse modo, o povo birmanês está refém de uma conjugação de interesses, diante dos quais pouco parece importar a violação dos direitos humanos que ali se tornou constante em quatro décadas de ditadura militar. É muito tempo mas eis que, outro dia, centenas de monges com suas vestes cor de açafrão atravessaram o centro de Yangon, um atrás do outro, formando uma fila de 1 km de extensão. A repressão recrudesceu. Calcula-se que haja atualmente ali mais de 6.000 prisioneiros políticos, a respeito dos quais pouco se sabe.
Depois dos protestos de 1988, os militares banharam em sangue o país. Ainda assim, em 1990, o povo birmanês elegeu por ampla maioria Aung San Suu Kyi para governá-lo, mas as eleições foram anuladas e até hoje ela é mantida em prisão domiciliar. Em 1992, foi-lhe outorgado o Prêmio Nobel da Paz mas nem isso fez com que a ditadura a libertasse.
Suu Kyi é o símbolo da resistência do povo birmanês ao regime, e é em seu exemplo que se inspiram os monges budistas, que clamam pela democracia. Não são violentos, não matam ninguém, são o contrário dos homens-bomba, são os homens-flor, que têm por armas a paciência e a determinação. Sua rebelião pacífica já começa a despertar o mundo inteiro.
Agora milhões de monges de vários outros países asiáticos aderiram tacitamente ao seu protesto. Homens e mulhares, jovens e anciãos, não apenas da Ásia mas também de outros países, somam-se a esse apoio solidário.
Mianmar fica longe, do outro lado do mundo, mas a coragem de seus monges e o rosto sereno de Suu Kyi os tornam tão próximos, que até posso beijar-lhes a fronte e apertar-lhes as mãos. Sua paciência derrotará o inimigo.
Fonte: Folha Online
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"DESESPEROS" DO MATTO DENTRO
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Ambiente sustentável Por Murilo Alves Pereira, de Porto Alegre
Agência FAPESP – Do tomate servido na salada no almoço ao tráfego intenso das grandes metrópoles, a questão da sustentabilidade está sempre presente. O tema foi debatido por especialistas na conferência “Cidades sustentáveis”, durante o 2º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, realizado em Porto Alegre na semana passada.
Segundo o engenheiro civil Miguel Aloysio Sattler, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os países deveriam começar a planejar as cidades do futuro. “Em 50 anos, a população será maior e os recursos mais escassos, por isso a cidade sustentável já deve ser pensada”, disse à Agência FAPESP.
Para ele, a tendência é que os serviços urbanos sejam cada vez mais pontuais. Um edifício sustentável, por exemplo, deverá reciclar a água da chuva, utilizar painéis solares para aquecer a água ou fazer o próprio tratamento do esgoto. “As cidades deverão produzir seu próprio alimento para evitar gastos energéticos”, disse.
Sattler citou o trabalho do pesquisador David Orr, do Oberlin College, nos Estados Unidos, que mediu os gastos de energia na alimentação humana naquele país. Segundo o estudo, na era pré-industrial um camponês consumia 1 caloria para produzir 50 calorias em alimentos. Hoje, para cada caloria produzida pela agricultura são gastas 17. Hoje, o alimento viaja em média 2,5 mil quilômetros antes de ser consumido.
Salvas as proporções, é o que também ocorre no Brasil. “O tomate que consumimos em Porto Alegre é produzido em Santa Catarina, mas viaja antes para São Paulo. A produção, a colheita e o transporte geram enormes gastos de energia”, disse Sattler. Em relação à pecuária, segundo o cientista, é exemplar o Brasil produzir soja para alimentar o rebanho bovino europeu, do outro lado do oceano.
Para o jornalista André Trigueiro, apresentador do programa Cidade e Soluções, da Globo News, o consumismo do mundo capitalista é o principal problema ambiental da atualidade. A cultura do automóvel superlota as ruas das grandes cidades e prejudica a qualidade de vida das pessoas.
“A cultura do mundo é rodoviária. E não basta ter um carro qualquer, tem que ter um carro que abafe”, disse Trigueiro, mencionando o uso de automóveis 4X4 em pleno solo urbano e da associação de consumo com auto-imagem. “É preciso perder a idéia de que somos o que temos”, disse.
Segundo Trigueiro, a sustentabilidade depende da mudança mundial da matriz energética, o que não deverá mudar nos próximos anos. “As duas rodas que movem a bicicleta da economia mundial se baseiam em energia suja”, disse, referindo-se aos Estados Unidos e à China.
Sustentabilidade humana
Para Miguel Sattler, a cidade sustentável está em cada componente que a compõe. “É preciso que os serviços e produtos garantam a qualidade de vida das pessoas”, disse.
No cultivo do tomate, por exemplo, são aplicados agrotóxicos e, na sua conservação, mais agentes químicos garantam que o produto não se estrague pelo caminho. Segundo o pesquisador, a sociedade está sujeita a uma elevada carga de produtos tóxicos por motivo de uma produção de alimentos não sustentável.
“É questão de nossa própria sustentabilidade garantir uma vida saudável para nós e nossos descendentes”, destacou. Redução da fertilidade dos espermatozóides, doenças degenerativas e qualidade do leite materno seriam exemplos dos efeitos da variedade de produtos químicos na saúde humana.
“Há estudos que indicam até mesmo que o cadáver humano deveria ser tratado como resíduo tóxico, e não enterrado de qualquer maneira, tamanha a concentração de elementos nocivos em nosso corpo quando morremos”, exemplificou.
O professor da UFRGS usou a água mineral servida no congresso em outro exemplo. O rótulo da garrafinha informa que a água contém 34 miligramas de nitrato por litro de água, quando o máximo permitido por lei é 10. “Quando questionaram a empresa sobre essa questão, a resposta foi que o rótulo do produto diz ‘água mineral’ e não ‘água potável”. Mas as pessoas não se preocupam com essa questão. Não se importam com a própria sustentabilidade que está em jogo”, disse.
Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br
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"ATITUDE" NO MATTO DENTRO
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Muito a fazer no setor de energia eólica Por Fábio de Castro
Agência FAPESP – O setor de energia eólica está em franca expansão mundial e dá seus primeiros passos no Brasil, onde o potencial energético total é de 143 mil megawatts – praticamente o dobro da potência instalada atualmente no país. Mas a inovação tecnológica é o principal obstáculo para o desenvolvimento do setor, de acordo com Ivonice Campos, diretora executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEE). “Temos muito ainda a fazer do ponto de vista tecnológico para tornar a energia eólica competitiva. Precisamos desenvolver tecnologias de torres, de pás, geradores e componentes”, disse à Agência FAPESP a engenheira, que também é secretária executiva do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap). Segundo Ivonice, o setor está em plena expansão: em 2006, dos US$ 70 bilhões investidos no mundo em energias renováveis, 35% corresponderam à energia eólica. “O Brasil tem uma grande vantagem competitiva no setor, por ter 70% da população concentrada na faixa litorânea. E nosso maior potencial está nos litorais do Sul e do Nordeste, exatamente nas extremidades do Sistema Interligado Nacional de energia”, disse. O principal obstáculo, segundo ela, é o desenvolvimento tecnológico visando à competitividade, com redução de custos e implantação da fabricação dos equipamentos no Brasil. “A tecnologia de inovação é o principal vetor para o desenvolvimento do setor eólico”, afirmou. De acordo com a engenheira, diversas iniciativas estão sendo tomadas em universidades e centros de pesquisa brasileiros para o setor. A mais nova delas é o Centro de Excelência em Energia Eólica inaugurado no último dia 8 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). “O centro conta com novas instalações, instrumentos e túneis de vento para avaliar o desempenho de turbinas eólicas e calibrar sensores que medem a velocidade do vento”, disse. O centro já apresentou resultados do desenvolvimento de novos modelos de turbinas eólicas de eixo vertical com a instalação de uma unidade para testes em Imbé, no Rio Grande do Sul. A turbina tem um rotor que trabalha com o vento em todas as direções, além de ter um gerador elétrico, fixado no nível do solo, facilitando o acesso à manutenção. “O Brasil já tinha um Centro Nacional de Energia Eólica, com características semelhantes, na Universidade Federal de Pernambuco. As iniciativas não param de aparecer em todos os estados”, destacou. Segundo Ivonice, na inauguração do centro da PUC-RS a ABEE solicitou a ativação da Rede Brasileira de Tecnologia Eólica. “Atualmente, São Paulo tem dado uma contribuição decisiva, principalmente com a Universidade de São Paulo (USP), reunindo pesquisadores de diversas áreas”, disse. Segundo ela, a USP desenvolveu um projeto de energia eólica offshore de 10 mil megawatts, no mar do Ceará – um empreendimento do porte equivalente ao de Itaipu. “Nesse projeto se pretende colocar aerogeradores de 5 megawatts, cuja tecnologia altamente inovadora o Brasil ainda não tem, porque está em processo de desenvolvimento”, disse. Ivonice aponta que a engenharia de materiais é um dos principais focos de pesquisa no setor, sendo fundamental para a definição das estruturas e design das torres. Outro foco é a questão de eficiência energética propriamente dita, reduzindo perdas dos sistemas de transmissão. “Precisamos também criar modelos de pás e geradores apropriados para aproveitamento das características das jazidas eólicas em cada local. Cada região tem características diferentes de vento, de topografia e de complementaridade energética com outras fontes em cada local.. Combinando diferentes fontes, consegue-se gerar o ano inteiro”, afirmou. Além da tecnologia, o desenvolvimento do mercado de energia eólica no país precisa, segundo Ivonice, de uma mudança nas modalidades contratuais. “Precisamos de um modelo semelhante ao das hidrelétricas, com prazos de contratos de 20 a 30 anos, com realização de contratos em blocos anuais. As condições de financiamento também devem ser semelhantes às das hidrelétricas”, disse. Fonte: www.agrosoft.org.br
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"ATITUDE" NO MATTO DENTRO
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Menos carros nas ruas Alunos do ensino médio da escola do Sebrae analisam viabilidade de instalar bicicletários em Belo HorizonteAs pedaladas de final de semana podem se tornar mais do que um hobby para os belo-horizontinos. Alvo do projeto Pedala BH, desenvolvido pela BHTrans, a cidade passa por uma série de estudos, que irão avaliar as possibilidades de criação de ciclovias e a instalação de bicicletários. Os objetivos são incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte e diminuir o número cada vez maior de carros nas ruas. Como parte desse projeto, a BHTrans firmou parceria com a Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG) do Sebrae Minas para a análise de viabilidade de instalação dos bicicletários na cidade. Os alunos Phillipe Lima Firpe, Priscila Vitoriano, Luiz Fernando Dornelas e Matheus Mattos, do 3º ano do ensino médio e técnico em administração da ETFG, estão envolvidos nas atividades que envolvem a identificação de fornecedores, do cenário e estrutura adequada, potenciais clientes e parceiros que poderão investir no bicicletário. Para Phillipe, a iniciativa vai mexer com a cultura da cidade e com o comportamento da população. “Além de afetar o trânsito e o meio ambiente, já que a bicicleta é um veículo que não polui, a execução do projeto vai alterar a vida das pessoas, na melhoria da qualidade de vida. Não faz parte da cultura do belo-horizontino usar a bicicleta como meio de transporte, mas com uma infra-estrutura adequada, isso pode mudar”, afirma. Priscila fala sobre a sensação de estar envolvida em um estudo que irá afetar toda a cidade: “É muito bom poder colaborar com o desenvolvimento de um projeto tão grande e importante para o município. Os estudos também me fizeram aprender sobre muitos aspectos de Belo Horizonte, os quais não conhecia, apesar de morar aqui”, explica. As pesquisas iniciais envolveram a análise dos modelos que já são adotados em países europeus e em algumas cidades brasileiras e a adaptação que sofreriam à realidade da capital mineira. “Não adianta nada criarmos um projeto perfeito, mas que não tenha aplicação na cultura e realidade de Belo Horizonte. Por isso essa pesquisa inicial é fundamental para termos consciência do cenário em que o espaço para as bicicletas será instalado”, afirma Priscila. ConcessãoParte do projeto já foi apresentado à BHTrans e agora segue para a prospecção das áreas onde poderia ser executado. Segundo o professor e orientador do grupo, Jonas Custódio Nunes, a idéia é abrir concessão para a iniciativa privada explorar o espaço. “Estamos desenvolvendo um projeto que se propõe ser auto-sustentável. Por isso, estamos em fase de consulta a empresas, para verificar o interesse em divulgar propagandas e bancar a infra-estrutura dos locais”, ressalta. A idéia é que, no início, os bicicletários sejam instalados nas estações do São Gabriel, na Região Nordeste, e Vilarinho, em Venda Nova, onde pesquisas da BHTrans registraram o maior movimento de pessoas. “Os ciclistas poderiam ir até a estação, deixar a bicicleta no espaço destinado a elas e usar o transporte público. O alvo são as pessoas que moram em um raio de até cinco quilômetros do bicicletário, e que possam deixar o veículo lá até o retorno”, explica Phillipe. O objetivo é que cerca de 25 mil ciclistas sejam atendidos com a proposta. “Seria gratificante ver a implantação de um projeto do qual eu fiz parte e que vai ter repercussão para tantas pessoas”, afirma Phillipe. Fonte: www.uai.com.br
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