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"CURIOSIDADES" DO MATTO DENTRO
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Empresa desenvolve cartão magnético de pet
Foram seis meses de pesquisas, tentativas e erros até que a empresa Urbanize, em parceria com a KGM, desenvolveu um cartão magnético feito a partir de garrafas pets recicladas. O desenvolvimento do projeto custou R$ 250 mil e as indústrias sorocabanas fornecerão a matéria-prima para a confecção dos cartões, não englobando portanto, a colocação de bandeira, tarja magnética e informações eletrônicas do cartão. Sócio e diretor comercial da Urbanize, Ferdinando Roberto Carvalho explica que atualmente o dinheiro eletrônico é feito com PVC, material considerado tóxico e já proibido em diversos países. E o produto que foi desenvolvido na cidade é o primeiro cartão magnético feito a partir de plástico reciclado no mundo.
O projeto nasceu com um pedido do Banco do Brasil que está interessado em ser pioneiro no lançamento deste produto no mercado, fato que aconteceria em comemoração aos seus 200 anos de existência. Carvalho lembra que o primeiro contato com a instituição financeira nasceu por meio de fornecimento de etiquetas. Com pet reciclada, nós fizemos tags, que são etiquetas mais elaboradas, lembram um cartão e trazem uma pequena mensagem. Eles queriam a etiqueta para colocar nos projetos apoiados por eles, fala. O banco aprovou o resultado e solicitou o desenvolvimento do cartão magnético. Eles têm interesse em comprar um produto que foi desenvolvido com apoio deles, conta.
A fabricação da chapa apropriada para os cartões aconteceu em julho e deste tempo até dezembro último, o trabalho foi em adaptar as tecnologias existentes para este material. Hoje tudo é para PVC: a tarja magnética, a impressão e até mesmo a máquina é para PVC, então, tivemos que passar por um processo de adaptação e agora já está tudo resolvido, comemora Carvalho. O custo de produção do cartão à base de pets recicladas, segundo Carvalho, é o mesmo do PVC, fato que derruba a crença existente de que produtos reciclados são mais caros. No entanto, o benefício apontado pelos produtores, além da diminuição do uso do PVC, é a retirada de milhares de toneladas de garrafas da natureza.
Os termos contratuais com o banco estão sendo ajustados e as partes estudam a exclusividade do produto para a instituição financeira e todas as suas bandeiras. Meu interesse maior é o de abrir mercado e, a partir destes cartões magnéticos, passar a fabricar crachás, cartões de seguradoras e coisas destes tipo, sintetizou Carvalho.
Material escolar
Em 2007, as empresas sorocabanas ganharam licitação na Prefeitura de São Paulo para a fabricação de pastas escolares do tipo maleta. Dentro das pastas, os alunos da rede pública municipal receberão os livros didáticos. O contrato feito é de R$ 800 mil e foram encomendadas 277 mil unidades. Foram R$ 400 mil só em compra de garrafas, o que dá mais de 100 toneladas ou 1,5 milhão de garrafas que não estão na natureza, falou Carvalho.
Seguindo a tendência de responsabilidade social e ambiental também para a esfera pública, a licitação para o fornecimento das pastas exigiu que a fabricação fosse feita a partir de material reciclado. Éramos apenas três concorrentes e depois que ganhamos tivemos que buscar garrafas em outros lugares. Até no Rio de Janeiro nós compramos, contou Carvalho. Além das maletas, as garrafas pets também estão sendo usadas na fabricação de réguas e canetas e pastas do tipo gaveta, mas as possibilidades de uso são vastas e variadas.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul - SP
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CULTURA? NATUREZA? NADA... VIVA O CAPITALISMO!!!
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Descarte de celulares joga US$ 63 milhões por ano no lixo
Mais de 100 milhões de aparelhos celulares são descartados anualmente no mundo. Com valor médio de US$ 0,63 em ouro por aparelho, o total de celulares descartados por ano renderia, apenas na recuperação desse metal, US$ 63 milhões (sem considerar o custo de extração do metal precioso). Apesar disso, somente uma pequena parte desses aparelhos são reaproveitados.
A responsável pela pesquisa, a ReCellular, maior empresa do ramo, entretanto, recolheu em 2007 apenas 6,03 milhões de aparelhos, pouco mais de 6% do total descartado, desempenho bastante distante da média das concorrentes.
Papel ou plástico
"Infelizmente muitas pessoas ainda não sabem que telefones celulares podem ser reciclados", diz o fundador e executivo-chefe da ReCellular, Chuck Newman. "Em última instância, queremos que os consumidores pensem automaticamente na reciclagem de celulares, como hoje fazem com vidro, papel e plásticos", completou.
A oportunidade para empresas como a ReCellular, portanto, é grande e lucrativa. A empresa, que opera inclusive no Brasil, reciclando aparelhos para a Vivo, estima que 1 tonelada de circuitos de celulares usados é mais rica em ouro do que uma tonelada de minério extraído de uma mina desse metal.
Segundo a ReCellular, 1.000 quilos de circuitos usados contêm cerca de 300 gramas de ouro, enquanto uma tonelada de minério tem apenas em média 5 gramas. Para operadoras como a Vivo, o atrativo de se promover a reciclagem é no ganho em imagem de empresa ambientalmente responsável.
Poupando energia
Segundo a ReCellular, apenas para produzir os 6 milhões de telefones que recolheu em 2007, é necessário usar energia suficiente para iluminar 11,4 mil lares por um ano, além de emitir na atmosfera cerca de 10 mil toneladas de gases do efeito estufa.
Essa mesma energia equivalente àquela gerada pela queima de 17,1 milhões de litros de gasolina, combustível suficiente para que um carro comum rode 144 milhões de quilômetros, pouco mais que a distância entre a Terra e o Sol.
Fonte: G1
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"NOTÍCIAS" DO MATTO DENTRO
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Reciclagem de CO2 pode ser alternativa energética
Os Laboratórios Sandia localizados nos Estados Unidos desenvolvem atualmente uma tecnologia que consiste em utilizar um grande forno solar para reciclar o CO2 utilizando a combustão reversa.
Há muito tempo sabe-se que teoricamente é possível reenergizar o dióxido de carbono por meio de um processo denominado combustão reversa, que é um método que consiste em “quebrar” as moléculas de CO2 em outras moléculas de CO e O2. A molécula de CO após passar por uma cadeia produtiva pode se tornar combustível gasoso ou líquido, podendo ser uma fonte energética no futuro.
Algum tempo atrás, tal processo era inviável técnica e economicamente, porém os Laboratórios Sandia nos EUA criaram um reator solar, inicialmente com outro objetivo, que promete tornar essa possibilidade uma realidade prática.
O reator solar tinha inicialmente o objetivo de quebrar as moléculas de água em oxigênio e hidrogênio, porém os pesquisadores notaram a possibilidade de utilizar o reator para realizar combustão reversa e reciclar o CO2.
O CO obtido no processo pode ser utilizado para a produção de hidrogênio ou servir como um dos elementos no processo de fabricação de combustíveis líquidos, como o metanol ou até mesmo a gasolina ou o óleo diesel.
Além de ser uma nova alternativa energética, tal processo consome dióxido de carbono que atualmente é um grande agressor ambiental, fato que poderia equilibrar a emissão dos poluentes provindos dos combustíveis resultantes do processo de reciclagem do CO.
Embora promissora, a tecnologia está no primeiro estágio de pesquisas. Os pesquisadores acreditam que ela demore ainda de 15 a 20 anos para chegar ao mercado, devido às questões técnicas que ainda precisam ser resolvidas e, principalmente, à viabilidade econômica.
Fonte: Jornal O Debate
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PIADA
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- Papai, o que é Páscoa? - Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa! - Igual ao Natal? - É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição. - Ressurreição? - É, ressurreição. Marta, vem cá! - Sim? - Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu jornal. - Bom meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu? - Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho? - Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos. Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Deus me perdoe! Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo! - Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus? - É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. - O Espírito Santo também é Deus? - É sim. - E Minas Gerais? - Sacrilégio!!! - É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo? - Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho! - Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa? - Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos. - Coelho bota ovo? - Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais! - Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa? - Era... era melhor, sim... ou então urubu. - Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? - É. - Que dia que ele morreu? - Isso eu sei: na Sexta-feira Santa. - Que dia e que mês? - Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia. - Um dia depois! - Não, três dias depois. - Então morreu na quarta-feira. - Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como? Pergunte à sua professora de catecismo! - Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua? - É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus. - O Judas traiu Jesus no sábado? - Claro que não! Se Jesus morreu na sexta!!! - Então por que eles não malham o Judas no dia certo? - Ui... - Papai, qual era o sobrenome de Jesus? - Cristo. Jesus Cristo. - Só? - Que eu saiba sim, por quê? - Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha? - Ai Coitada! - Coitada de quem? - Da sua professora de catecismo!
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VIVA A EVOLUÇÃO!
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E DIZEM POR AÍ QUE NOSSO BRASIL ESTÁ FICANDO CADA VEZ MAIS DESENVOLVIDO!!!
ATÉ QUANDO AS SUPERAÇÕES DAS VENDAS DE AUTOMÓVEIS SERÁ SINÔNIMO DE DESENVOLVIMENTO EM UM PLANETA ONDE OS RECURSOS NATURAIS SE TORNAM CADA VEZ MAIS ESCASSOS E O SEU USO É VOLTADO PARA A NUTRIÇÃO E MANUTENÇÃO DOS MAIS DIVERSOS TIPOS DE DESEJOS EGOCÊNTRICOS EM PROL DA LUXÚRIA???
NO DIA EM QUE O BRASIL REALMENTE SE TORNAR DESENVOLVIDO, NOSSOS RECURSOS JÁ ESTARÃO NO FIM, POIS ATÉ LÁ ELES JÁ SERÃO VENDIDOS PARA OS QUE HOJE OSTENTAM O LUXO DE PODER COMPRAR O QUE NÃO PRECISAM, MAS FORAM CRIADOS EM UM SISTEMA CUJA CULTURA É BASEADA NAS PREMISSAS DO "TER SE FAZ MAIS NECESSÁRIO DO QUE SER".
Parabéns, São Paulo: chegamos aos 6 milhões
Segundo esta reportagem, na quinta-feira (21) a frota de veículos motorizados da cidade de São Paulo alcançou o fabuloso número de seis milhões de unidades. Deste total, 75% são automóveis (4,5 milhões). Quem causa o trânsito? Quem polui o ar? Quem provoca o abandono do espaço público? O recorde é fruto do "desenvolvimento" da metrópole que não podia parar. Por "desenvolvimento", leia-se: consumismo, individualismo, desperdício de recursos naturais, precarização do trabalho, formatação do território para atender a acumulação e o fluxo de riquezas (sem distribuí-las), produção de lixo, implantação de políticas que beneficiam e enriquecem alguns poucos em detrimento de todos, privatização ou abandono dos espaços públicos. Não houve sequer um governo (federal, estadual ou municipal) desde 1950 que ousou enfrentar a máfia automobilística e racionalizar o uso do automóvel. Pelo contrário: todos acreditam nas obras viárias e na concessão de benesses ao uso do automóvel como a melhor forma de conquistar votos. De fato, a população adora um novo viaduto com o nome de algum ilustre canalha, mesmo que a nova ponte seja vetada ao transporte coletivo, à pedestres ou bicicletas. Todos querem um carro. Com ele, o sujeito se sente livre e poderoso: ascende a um novo extrato social. Ué, mas não é isso que a tevê ensina em comerciais, novelas e filmes? Ou alguma celebridade ou político aparece na tevê saltando de um ônibus ou caminhando pelas ruas? Romper com a hegemonia do automóvel e enquadrá-lo em um uso racional é uma das tarefas mais importantes deste novo século. E essa tarefa não será feita por agências de publicidade, departamentos de marketing ou discursos políticos. A construção de cidades humanas, onde o barulho, a poluição, o congestionamento e a agressividade não sejam a regra, se dá na prática, com ações concretas, mudanças de hábitos, paradigmas e políticas. Cabe aos cidadãos se livrarem de desculpas como "o transporte público é ruim" e, pelo menos, caminharem até a padaria da esquina. Começa com o hábito de deixar o carro em casa no dia do rodízio e vivenciar um dia de "realidade" dentro de um ônibus, em cima de uma bicicleta ou sobre dois pés, e não mudar os horários de trabalho por não conseguir se livrar da carro-dependência. Aos governantes, atitutes e políticas para as cidades devem realmente retirar o excesso de espaço e privilégios dedicados aos automóveis, beneficiando toda a população, e não apenas aqueles que se locomovem em máquinas. E isso não será feito com migalhas que sobram das pontes, estradas e túneis… Por hora, um brinde à indústria automobilística e ao desenvolvimento suicida que faz abrir o sorriso na cara de comentaristas econômicos, políticos e especuladores em geral. Parabéns, São Paulo! Fonte: Apocalipse Motorizado
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CULTURA? NATUREZA? NADA... VIVA O CAPITALISMO!!!
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Aos amigos da nossa BELO HORIZONTE, peço-lhes que leiam com carinho e divulguem a idéia. Eu já abracei a causa.
Apesar dos movimentos contra a instalação da loja 'RICARDO ELETRO' no interior do nosso querido 'MERCADO CENTRAL', não houve como demover tal intenção, pois, o interesse financeiro supera qualquer outro e, por esta razão, o fato já está consumado, ou seja, tal comércio será, infelizmente, instalado.
A insensibilidade do proprietário para com as tradições da nossa cidade é proporcional à sua sanha de amealhar riqueza. Sabemos que aquela área, apesar de já estar parcialmente descaracterizada, ainda é um importante ponto turístico da CAPITAL MINEIRA, muito conhecido, inclusive, no exterior.
E todos nós temos uma história pessoal passada no MERCADO CENTRAL.
Sabemos também que, com o precedente, outros comércios semelhantes serão ali criados, transformando, brevemente, aquele local, em outro 'SHOPPING CENTER'.
Diante desses fatos, na tentativa de salvar um pouco do que ainda resta de tradição na nossa querida 'BELO HORIZONTE', não nos resta outra alternativa a não ser a de apelar para a consciência da população, com a seguinte mensagem:
NÃO COMPREM NA LOJA 'RICARDO ELETRO' DO MERCADO CENTRAL.
Não deixem o mercadão morrer, não deixem que o descaracterizem-no... o mercadão é 10!!!
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SUA ATITUDE FAZ DIFERENÇA
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Ótima notícia sobre meio ambiente
É hora de pensarmos no futuro do nosso planeta. Agora já temos onde levar pilhas, baterias e óleo de cozinha
A partir de agora as Agências do Banco Real e as lojas do Extra estão com programa de reciclagem.
Sabe aquelas pilhas e baterias usadas que não sabemos o que fazer com elas? Pois é, agora está fácil! Basta levá-las a qualquer agência do Banco Real e colocá-las no Papa-pilhas. Este é mais um programa de reciclagem promovido pela instituição. As pilhas e baterias de celulares, câmeras digitais, controle remoto, relógios, etc, contêm materiais que contaminam o solo e os lençóis freáticos deixando-os impróprios para utilização, podendo provocar problemas à saúde, como danos para os rins, fígado e pulmões. São eles: cádmio, mercúrio, níquel, chumbo.
Não esqueça: o Papa-Pilhas está disponível em todas as unidades do Banco Real.
Também já temos onde levar o óleo de cozinha usado para reciclar! As lojas do Extra, que já reciclam outros tipos de resíduos, como papel, vidro, plástico e metal, reciclarão também óleo de cozinha!
Você sabia que apenas 1 litro de óleo despejado no esgoto polui cerca de um milhão de litros de água ou o que uma pessoa consome em 14 anos de vida? E ainda provoca a impermeabilização dos leitos e terrenos próximos, contribuindo para a ocorrência de enchentes.
O que fazer:
Depois que o óleo usado esfriar, armazene em uma garrafa PET daquelas de 2 litros, se possível transparente. Tampe bem a garrafa e deposite-a no coletor de lixo de cor marrom da loja Extra, indicado para esta finalidade. Todo óleo de cozinha coletado será encaminhado pela cooperativa às empresas recicladoras, que o utilizarão como matéria-prima para a produção de biocombustível.
Se o Extra mais perto de sua casa ainda não tem o coletor apropriado, ligue para o SAC da empresa: 0800.7732732, e peça para que seja providenciado.
Independentemente disso, pare imediatamente de jogar óleo pelo esgoto. Armazene em garrafas e jogue no lixo reciclável, e não no esgoto.
Se você quer ajudar mais: divulgue este texto para todas as pessoas que assim como você se preocupa com nosso Planeta.
É assim que ajudamos a construir um mundo melhor.
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08 fevereiro 2008
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TOTONHO & OS CABRAS
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Compositor, produtor e cantor, Totonho nasceu em 1964 na cidade de Monteiro, na Paraíba. Lá foi vendedor de buchada de bode e assistiu à muitas cantorias de repentistas da região. Foi quando teve seu primeiro contato com a música. "Minha casa vivia cheia de gente, então me acostumei a vê-los pela casa. Você sabia que Monteiro foi durante muito tempo considerada a Meca dos repentistas nordestinos?" Com nove anos de idade, Totonho montou a banda Os Renegados, que tocava com latas (guitarra de lata, bateria de lata e afins). "Foi ali que começou tudo e me tornei compositor". Em 82 resolveu que queria mesmo seguir a carreira de músico. Foi para João Pessoa, onde fundou o Musiclube da Paraíba, uma cooperativa de compositores por onde passaram nomes como Chico César, Jarbas Mariz e os irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, entre outros. Durante cinco anos, Totonho participou do projeto Tocar Por Prazer (um grupo de baixistas, guitarristas, vocalistas, compositores, etc...) cantando e tocando violão em João Pessoa. Nesse mesmo período cursou Faculdade de Arte e Educação e deu início à um trabalho social, junto às comunidades.... Já premiado e conhecido como um dos melhores compositores da região, no final de 88 foi para o Rio de Janeiro fazer uma pós-graduação e tentar a vida como músico. Enquanto isso Totonho continuava compondo e em 96 abriu shows de Geraldo Azevedo, João Bosco e outros. No final do ano se uniu com outros músicos formando Totonho e os Cabra. Depois de participar e se classificar no Projeto Pixinguinha, estreou em março de 97 uma turnê por sete capitais brasileiras. Depois foi ocupando os espaços possíveis no Rio (festas, bares, circuito "alternativo baixo", todo canto como ele mesmo diz). Até que em 99, uma demo foi parar nas mãos do produtor musical Carlos Eduardo Miranda. O resultado foi o álbum homônimo Totonho e Os Cabra, que mostra bem a cara do dono. "Sou melhor compositor. Eu parto da palavra: daí faço uma frase, desmancho, faço outra, mudo, transformo, busco um sinônimo... Eu sou tipo um pedreiro que vai quebrando um tijolo até ele caber em sua construção." Comunidade AlternativaEm quatro anos ainda não tinha conseguido se firmar como músico, mas já tinha sua ONG Projeto Ex-Cola, a partir de um trabalho social que tinha se engajado no Circo Voador. Aliás, o trabalho social é um capítulo à parte na biografia de Totonho. "Já fui alfabetizador de uma comunidade indígena e hoje, no Rio, continuo o trabalho social através de um programa de rádio do Circo Voador, que ajuda a comunidade do bairro da Lapa. Um dos projetos, o OBA - Oficinas Básicas de Arte, que tem como base de trabalho a cultura contra a violência. A idéia, além de discutir os problemas da comunidade, é trazer também nomes novos e conhecidos da música do Rio.” Já passaram pelo programa de Totonho nomes como Fausto Fawcett, Jards Macalé, Farofa Carioca, Fernanda Abreu e Moreno Veloso, entre outros. Fonte: www.trama.com.br
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"SORRINDO" PELO MATTO DENTRO
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Chapeuzinho Vermelho na imprensa - Diferentes maneiras de contar a mesma história! Isso serve para reflexão sobre nossa forma de Comunicação!
JORNAL NACIONAL (William Bonner): “Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um lobo na noite de ontem...”. (Fátima Bernardes): “... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia”.
PROGRAMA DA HEBE (Glória Maria): “... que gracinha, gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?”
CIDADE ALERTA (Datena): “Onde é que a gente vai parar, cadê as autoridades? Cadê as autoridades?! A menina ia para a casa da avozinha a pé! Não tem transporte público! Não tem transporte público! E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!! Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não.”
REVISTA VEJA Lula sabia das intenções do lobo.
REVISTA CLÁUDIA Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no caminho.
REVISTA NOVA Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.
FOLHA DE S. PAULO Legenda da foto: “Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador”. Na matéria, box com um zoólogo explicando os hábitos alimentares dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo lenhador.
O ESTADO DE S. PAULO Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT.
O GLOBO Petrobrás apóia ONG do lenhador ligado ao PT que matou um lobo pra salvar menor de idade carente.
ZERO HORA Avó de Chapeuzinho nasceu no RS.
AQUI Sangue e tragédia na casa da vovó
REVISTA CARAS (Ensaio fotográfico com Chapeuzinho na semana seguinte) Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: “Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da vida. Hoje sou outra pessoa”.
PLAYBOY (Ensaio fotográfico no mês seguinte) Veja o que só o lobo viu.
REVISTA ISTO É Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente.
G MAGAZINE (Ensaio fotográfico com lenhador) Lenhador mostra o machado.
SUPER INTERESSANTE Lobo mau! mito ou verdade ?
DISCOVERY CHANNEL Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.
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"SORRINDO" PELO MATTO DENTRO
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Isso sim é "catigoria"!
O marido chega em casa as 18:00h e diz a mulher que teria uma reunião as 22:00hs, mas que ele não iria pois considerava isto um absurdo. Mas a mulher, preocupada com o marido, o convence que o trabalho é importante. O maridão esperto então vai tomar um banho para se preparar e pensa: "Foi mais fácil do que eu pensava!"
Como toda mulher, quando o homem entra no banho ela revista o bolso do seu paletó e encontra um bilhete onde estava escrito: "Amor, estou esperando por você para comermos um pato ao molho branco. Beijão, Sheila".
Quando o marido sai do banho encontra sua mulher com uma camisolinha transparente, sem calcinha, toda fogosa deitada de bruços. O marido, ao ver aquela bundinha sob a transparência não resiste e cai matando. Amulher lhe dá um trato completo e ele, exausto, vira pro lado e adormece. Quando vai chegando a hora, a mulher acorda o marido, que não quer mais Ir a reunião, mas novamente ela o convence da importância do trabalho.
Ao chegar na casa da amante, o cara está arrasado. Cansado diz a ela que hoje trabalhou muito e que só iria tomar um banho e descansar um pouco. Como toda mulher, ao entrar no banho ela revista o bolso de seu paletó, e encontra um bilhete onde estava escrito:
"Querida Sheila, o pato foi, mas o molho branco ficou todo aqui. Beijão, A Esposa."
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"SORRINDO" PELO MATTO DENTRO
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Sensibilidade Masculina
Um homem estava em coma há algum tempo. Sua esposa ficava à cabeceira dele dia e noite. Até que um dia o homem acorda, faz um sinal para a mulher para se aproximar e sussurra-lhe:
- Durante todos estes anos você esteve ao meu lado. Quando me licenciei,você ficou comigo; quando a minha empresa faliu, você ficou lá e me apoiou; quando perdemos a casa, você ficou perto de mim; quando perdemos o carro, também estava comigo. E desde que fiquei com todos esses problemas de saúde, você nunca me abandonou. Sabe de uma coisa?
Os olhos da mulher encheram-se de lágrimas: - Diga, amor. - Acho que você me dá AZAR.
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"SORRINDO" PELO MATTO DENTRO
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Religião é Opção...
Num banquete, botaram um padre católico sentado ao lado de um rabino judeu. O padre, querendo gozar o rabino, enche o prato com pedaços de um suculento leitão e depois oferece para o "colega".
O rabino recusa, dizendo: - Muito obrigado, mas... não sabe que a minha religião não permite a carne de porco? - Noooossa! Que religião esquisita! Comer leitão é uma delííícia! - Comenta o padre com ironia.
Na hora da despedida, o rabino chega e diz para o padre: - Mande minhas recomendações a sua mulher!
E o padre, horrorizado: - Minha mulher? Não sabe que a minha religião não permite casamento de sacerdotes? - Noooossa! Que religião esquisita! Comer mulher é uma delííícia! Mas, se você prefere leitão...
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"POLÊMICA" NO MATTO DENTRO
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Carta aberta para Renato Aragão, o nosso Didi. Quinta, 23 de agosto de 2007.
Querido Didi (Renato Aragão),
Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu nome para colar nas correspondências). Achei que as cartas não deveriam sem endereçadas à mim. Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta. Não foi por "algum" motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos). Você diz, em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação. Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas, mas, comigo não. Eu não sou ministra da educação, não ordeno as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a freqüentar as salas de aula. A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Estudei na escola da zona rural, fiz supletivo, estudei à distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma micro empresária. Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos impostos embutidos em cada alimento, em cada produto que preciso comprar para minha família. Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem. Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais. O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores, dessa dinheirama toda, não têm a educação como prioridade. O dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora, ou aplicando muito mal. Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você diz em sua carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta de matemática. Concordo com você. É por isso que sua carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é "o cara". Ele tem a chave do cofre. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas. No último parágrafo da sua carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da "minha" doação, que a "minha" doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias. Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família. Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira. Outra coisa Didi, mande uma carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os professores. Só escolher quem de fato tem vocação para o ensino. Melhorar os salários, desses profissionais, também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele, também, fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam além de ler, escrever e fazer contas possam desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos. Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...
Eliane Sinhasique - Mantenedora principal dos dois filhos que pari.
P.S.: Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal educada: vou rasgá-la antes de abrir. A autora só esqueceu citar os lucros da Globo e das empresas telefônicas com essas campanhas.
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"CURIOSIDADES" DO MATTO DENTRO
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Construtor de utopias
Por João Paulo - EM Cultura
Silvio Tendler mantém linha humanista em filme sobre Milton Santos
Caliban Produções Cinematográficas/DivulgaçãoMilton Santos é autor de obra que critica os rumos da globalização e do neoliberalismo O documentário Encontro com Milton Santos ou: O mundo global visto do lado de cá, de Sílvio Tendler, tem dois grandes desafios para resolver. Em primeiro lugar, apresentar um dos mais importantes intelectuais brasileiros contemporâneos, dono de um pensamento tão complexo quanto engajado. A segunda tarefa, ligada à primeira, é dar conta de um discurso de esquerda sem se perder no maniqueísmo. O primeiro risco é dado pela grandeza do personagem; o segundo, pela fragilidade do discurso pretensamente documental. O diretor se sai bem, mantendo a linha humanista que é própria em seu trabalho. O filme informa, emociona e faz pensar.
Milton Santos (1926-2001) nasceu em Brotas de Macaúbas, neto de escravos. Formou-se em direito e foi para França, em 1958, onde se doutorou em geografia. Escreveu mais de 40 livros, morou e lecionou na França, Tanzânia, Venezuela, Estados Unidos e Canadá, antes de retornar o Brasil. Sua obra se voltou para a compreensão e superação da padrão econômico neoliberal, defendendo os movimentos sociais e sua proposta de alargamento democrático. O filme tem como ponto de partida uma longa entrevista concedida poucos meses antes de morrer, na qual Milton Santos afirma: "O problema que me parece importante com a globalização é a segmentação da formulação dos códigos éticos. Quer dizer, há uma ética dos poderosos, que não chega a ser ética, e há uma outra ética, dos que não têm nada". Tendler não deixa dúvida sobre o lado do geógrafo.
O cineasta se esforça para localizar o pensamento de Milton Santos inserido no contexto internacional da esquerda. A opção dá mais consistência ao documentário, evitando com isso o culto do brilho da inteligência e carisma do geógrafo, em nome de uma visão de mundo. No entanto, algumas vezes essa operação coloca no texto, lido por atores (Milton Gonçalves e Fernanda Montenegro, entre outros), um acento que não se sabe se pertence estritamente ao biografado. Para quem sempre evitou o pensamento único e combateu a globalização, parece quase uma armadilha: será que não existem também sutilezas e distinções "do lado de cá"?
ENCONTRO COM MILTON SANTOS: O MUNDO GLOBAL VISTO DO LADO DE CÁ
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"CURIOSIDADES" DO MATTO DENTRO
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Software gratuito para GIS
Foi lançado no início de setembro de 2007 o software gratuito de GIS produzido na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), intitulado geoUFES. O programa apresenta seu próprio portal, com tutoriais gratuitos e recursos multimídia.
Para instalar o programa no computador, basta acessar a página do Mundo da Geomática e clicar sobre o ícone do programa. Para que o geoUFES funcione, deverá ser instalada a máquina virtual Java, que se encontra na seção de downloads, na parte interior da página. O geoUFES pode ser instalado em Windows e Linux. Programado em Java, o geoUFES possibilita que sejam feitas novas programações pelos usuários, que poderão ajudar a melhorar cada vez mais o software. Esta é a primeira versão do programa, que deverá ser melhorada futuramente. O software será submentido a financiamentos, e incluirá novas ferramentas, como georreferenciamento, análise espacial, geoestatística, entre outras. Informações: http://www.ufes.br/~geoufes/lgu/lgu.htmClicar em Downloads gratuitos - GeoUFES Fonte: www.mundogeo.com.br
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"SORRINDO" PELO MATTO DENTRO
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É ÓBVIO...
Em uma escola muito heterogênea, onde estudam alunos de várias classes sociais, durante uma aula de português, a professora pergunta:
- Qual é o significado da palavra "óbvio"?
Rapidamente, Patricia, menina rica, uma das mais aplicadas alunas da classe que estava sempre muito bem vestida, cheirosa e bonita, respondeu:
- Prezada professora, hoje acordei bem cedo, ao raiar da alva, depois de uma ótima noite de sono no conforto de meu quarto particular. Desci a enorme escadaria de nossa humilde residência e me dirigi à copa onde era servido o café. Depois de deliciar-me com as mais apetitosas iguarias, fui até a janela que dá vista para o jardim de entrada e admirei aquela bela paisagem por alguns minutos, enquanto pensava como é agradável e belo o viver. Virando-me um pouco, percebi que se encontrava guardado na garagem o automóvel BMW pertencente a meu pai. Pensei com meus botões:
- É ÓBVIO que meu pai foi ao trabalho de Audi.
Sem querer ficar para trás, Luiz Cláudio Wilson, de uma família de classe média, acrescentou:
- Professora, hoje eu não dormi muito bem, porque meu colchão é meio duro. Mas eu consegui acordar assim mesmo, porque pus o despertador do lado da cama para tocar cedo. Levantei meio zonzo, comi um pão meio muxibento e tomei café. Quando saí para a escola, vi que o fusca do papai estava na garagem. Imaginei:
- É ÓBVIO que o papai não tinha dinheiro para gasolina, foi trabalhar de busão.
Embalado na conversa, Wandercleison Maicon Jáqueson, de classe baixa (é óbvio), também quis responder:
- Fessora, hoje eu quase não durmi, porquê teve tiroteio até tarde na favela. Só acordei de manhã porquê tava morrendo de fome, mas não tinha nada pra cumê mesmo... quando olhei pela janela do barracão, vi a minha vó com o jornal debaixo do braço e pensei:
- É ÓBVIO que ela vai cagá. Não sabe lê!
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"ATITUDE" NO MATTO DENTRO
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Menos carros nas ruas
Alunos do ensino médio da escola do Sebrae analisam viabilidade de instalar bicicletários em Belo Horizonte
As pedaladas de final de semana podem se tornar mais do que um hobby para os belo-horizontinos. Alvo do projeto Pedala BH, desenvolvido pela BHTrans, a cidade passa por uma série de estudos, que irão avaliar as possibilidades de criação de ciclovias e a instalação de bicicletários. Os objetivos são incentivar o uso de bicicletas como meio de transporte e diminuir o número cada vez maior de carros nas ruas. Como parte desse projeto, a BHTrans firmou parceria com a Escola Técnica de Formação Gerencial (ETFG) do Sebrae Minas para a análise de viabilidade de instalação dos bicicletários na cidade.
Simone Guedes/Divulgação
Priscila e Phillipe (em pé), Luiz Fernando e Matheus participam dos levantamentos de fornecedores e parceiros para investir na iniciativa
Os alunos Phillipe Lima Firpe, Priscila Vitoriano, Luiz Fernando Dornelas e Matheus Mattos, do 3º ano do ensino médio e técnico em administração da ETFG, estão envolvidos nas atividades que envolvem a identificação de fornecedores, do cenário e estrutura adequada, potenciais clientes e parceiros que poderão investir no bicicletário.
Para Phillipe, a iniciativa vai mexer com a cultura da cidade e com o comportamento da população. "Além de afetar o trânsito e o meio ambiente, já que a bicicleta é um veículo que não polui, a execução do projeto vai alterar a vida das pessoas, na melhoria da qualidade de vida. Não faz parte da cultura do belo-horizontino usar a bicicleta como meio de transporte, mas com uma infra-estrutura adequada, isso pode mudar", afirma.
Priscila fala sobre a sensação de estar envolvida em um estudo que irá afetar toda a cidade: "É muito bom poder colaborar com o desenvolvimento de um projeto tão grande e importante para o município. Os estudos também me fizeram aprender sobre muitos aspectos de Belo Horizonte, os quais não conhecia, apesar de morar aqui", explica.
As pesquisas iniciais envolveram a análise dos modelos que já são adotados em países europeus e em algumas cidades brasileiras e a adaptação que sofreriam à realidade da capital mineira. "Não adianta nada criarmos um projeto perfeito, mas que não tenha aplicação na cultura e realidade de Belo Horizonte. Por isso essa pesquisa inicial é fundamental para termos consciência do cenário em que o espaço para as bicicletas será instalado", afirma Priscila.
Concessão
Parte do projeto já foi apresentado à BHTrans e agora segue para a prospecção das áreas onde poderia ser executado. Segundo o professor e orientador do grupo, Jonas Custódio Nunes, a idéia é abrir concessão para a iniciativa privada explorar o espaço. "Estamos desenvolvendo um projeto que se propõe ser auto-sustentável. Por isso, estamos em fase de consulta a empresas, para verificar o interesse em divulgar propagandas e bancar a infra-estrutura dos locais", ressalta.
A idéia é que, no início, os bicicletários sejam instalados nas estações do São Gabriel, na Região Nordeste, e Vilarinho, em Venda Nova, onde pesquisas da BHTrans registraram o maior movimento de pessoas. "Os ciclistas poderiam ir até a estação, deixar a bicicleta no espaço destinado a elas e usar o transporte público. O alvo são as pessoas que moram em um raio de até cinco quilômetros do bicicletário, e que possam deixar o veículo lá até o retorno", explica Phillipe. O objetivo é que cerca de 25 mil ciclistas sejam atendidos com a proposta. "Seria gratificante ver a implantação de um projeto do qual eu fiz parte e que vai ter repercussão para tantas pessoas", afirma Phillipe.
Fonte: Estado de Minas
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"ARTIGOS" DO MATTO DENTRO
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Decepção Ambiental
Editorial - Estado de Minas
Rever a legislação e apertar a fiscalização adiantará pouco se não avançar a postura de parte dos empresários
É uma decepção para quem já pode se orgulhar de ter desenvolvido tecnologia florestal de ponta e de ter um parque siderúrgico entre os mais atualizados do mundo a constatação de que o consumo de carvão vegetal de mata nativa em Minas Gerais ainda é expressivo e, pior ainda, continua crescendo. Incorreto, do ponto de vista ecológico, e inconveniente, por abrigar toda sorte de exploração, incluindo a do trabalho escravo, o uso em escala desse insumo não encontra mais justificativa, a não ser no atraso e no propósito inconfessável de ganhos marginais.
O manejo avançado de florestas plantadas é um dos frutos da longa tradição mineira de fundir o ferro em pequenos altos-fornos e, depois, em instalações maiores, longe do porto importador do carvão mineral. O esforço de agregação de qualidade técnica e de aumento de produtividade gerou a acumulação, por décadas, do conhecimento do eucalipto e de suas enormes possibilidades de seleção, aprimoramento para reduzir o tempo de corte e aumento da capacidade de produzir calor. Foi isso, aliás, que permitiu o desenvolvimento, em Minas, de instalações que foram além do ferro e deram origem a aciarias de médio porte movidas, a carvão vegetal, destinadas à produção de aços longos empregados na fabricação, a preços competitivos, de pregos, arames e vergalhões para a indústria da construção civil.
Como aceitar que nos últimos 10 anos foram queimados 17,3 mil quilômetros quadrados de matas nativas em troca do carvão que se imaginava ser coisa do passado, ou prática apenas residual de pequenos fornos de baixa tecnologia e reduzida condição empresarial? Só este ano, certamente vítimas da demanda crescente do mercado internacional de ferro fundido, 913 quilômetros quadrados de florestas nativas que verdejavam no território mineiro acabaram em altos-fornos. É uma estatística que, inacreditavelmente, não exclui indústrias que, mesmo tendo porte e prestígio internacional que ainda mantém elevada proporção de carvão de origem condenável.
É urgente que se dê um aperto na legislação em vigor, evidentemente permissiva, além de se providenciar um reforço na fiscalização. Mas, essas providências que se cobram do poder público não dispensam um alerta aos empresários que, como demonstram os números, ainda não entenderam que estão marchando na contramão do mundo e que, com o avanço dos sistemas de monitaramento ambiental, o país perde pontos preciosos nas avaliações internacionais, incluindo as que orientam investimentos. Sem contar, é claro, o comprometimento de nossa própria sustentabilidade.
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"APRENDENDO" SOBRE O MATTO DENTRO
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Para quem não tinha lido, essa é uma nova oportunidade de se interar do assunto:
Propagando poluída
Editorial - Folha de São Paulo - 16/11/2007
Petrobras produz óleo diesel com altíssimo teor de enxofre, o que prejudica a saúde de todos os brasileiros
Ao contrário do que sugere a propaganda de empresa ambientalmente responsável da Petrobras, o óleo diesel por ela produzido é um dos piores do mundo e contribui para piorar a qualidade de vida dos brasileiros. E, ao que tudo indica, a estatal vai deixar de cumprir a legislação ambiental e não reduzirá até 2009 o teor de enxofre no combustível.
A história é longa e pouco enaltecedora para a Petrobras. No já longínquo ano de 2002, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), seguindo tendência consolidada internacionalmente, baixou a resolução 315, determinando que, a partir de janeiro de 2009, o diesel comercializado no país deveria apresentar concentração máxima de enxofre de 50 partes por milhão (ppm).
O combustível atualmente vendido em 237 cidades de grande porte tem 500 ppm de enxofre. Nos cerca de 5.300 municípios restantes, chega a inacreditáveis 2.000 ppm. O limite máximo na União Européia (UE) é de 50 ppm e será de 10 ppm a partir de 2009. Nos EUA e no Canadá, ele já é de 15 ppm. Agora, a menos de dois anos do prazo, a Petrobras afirma que não poderá cumprir o cronograma. Escusa-se afirmando que a resolução da Agência Nacional de Petróleo (ANP) que detalha a especificação do combustível menos poluente foi publicada há menos de um mês.
É verdade. Mas, ao que consta, a ANP atrasou em cinco anos a publicação da norma técnica justamente por pressão da Petrobras, da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) e de distribuidores de combustíveis, que querem postergar ao máximo os custos que a utilização do diesel mais limpo deverá impor a toda a cadeia.
A Petrobras diz que está investindo US$ 1,7 bilhão em unidades de hidrotratamento necessárias para que as refinarias possam produzir o diesel com menor teor de enxofre. É insuficiente, dado que a empresa não tem planos de eliminar o venenoso diesel com 2.000 ppm de enxofre antes de 2013. Esse é um verdadeiro crime contra a saúde pública. Recente estudo do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) estima que a má qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo provoque a morte prematura de 3.000 pessoas por ano. O enxofre do óleo diesel, por seu poder carcinogênico e por desencadear uma série moléstias cardiorrespiratórias, contribui para parcela significativa desses óbitos, que poderiam ser evitados ou pelo menos retardados.
Antes de vender-se ao mundo como mensageira dos biocombustíveis e portadora de uma solução para o problema da mudança climática provocada pela queima de combustíveis fósseis, a Petrobras deveria tornar menos letal o diesel que está forçando os brasileiros a respirar.
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"PERSONAGENS" DO MATTO DENTRO
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Para educador, escola formal não serve para educar
Por Uirá Machado - Coordenador de Artigos e Eventos da Folha de S.Paulo
"A Escola formal não está só na forma. Está dentro da fôrma. O pior é quando está no formol. É um cadáver." É assim que o educador mineiro Tião Rocha, 59, vê o ensino convencional, de cujos métodos e conteúdos se afastou há mais de 20 anos para experimentar processos alternativos de educação.
À frente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento desde 1984, Rocha sempre persegue "maneiras diferentes e inovadoras" de educar, alfabetizar, gerar renda. Ele distingue educação de escolarização e busca um sonho: escolas que sejam tão boas que professores e alunos queiram freqüentá-las aos sábados, domingos e feriados. "Se ninguém fez, é possível", diz.
Folha - Toda a sua história como educador é feita do lado de fora das escolas convencionais. Qual é o seu problema com a escola formal?
Tião Rocha - Se eu tivesse um analista, isso seria um prato cheio para ele. Comecei a ter problemas com a escola desde que entrei, aos sete anos. Logo no primeiro dia de aula, no Grupo Escolar Sandoval de Azevedo, Belo Horizonte, a professora Maria Luiz Travassos nos levou para a sala de leitura, pegou um livro, "As Mais Belas Histórias", da dona Lúcia [Monteiro] Casasanta, e começou a ler: "Era uma vez um lugar muito distante, onde havia um rei e uma rainha (...)". Eu levantei a mão e falei: "Professora, eu tenho uma tia que é rainha". Ela desconversou, pediu para eu ficar quieto. Ela prosseguiu a história. Depois que a interrompi duas ou três vezes, ela me mandou calar a boca e ir falar com a diretora, dona Ondina Aparecida Nobre. Ela me deu um tranco, perguntou se eu queria ser expulso. A partir daí, eu sempre inventava coisa para matar a aula. Nunca tive uma escola boa. Nunca tive prazer na escola, mas sempre quis aprender. Quando fui para a faculdade, estudei história e antropologia, fui resgatar a história da minha tia, que era rainha do congado. Para pagar os estudos, eu precisava trabalhar. Fui dar aula e me dei conta de que, se eu achava aquilo chato, meus alunos também, porque eu era um reprodutor da mesma chatice.
Folha - E você conseguiu mudar?
Rocha - Não. Criava jeitos diferentes de trabalhar com os alunos, inovava, mas, no fim, era uma experiência muito reformista. Ela começou a ser transformadora quando aconteceu o fato com o Álvaro, minha primeira grande perda [o garoto, excelente aluno, se suicidou]. Aí eu falei: "Opa! Não adianta querer que os meninos aprendam história se eu não consigo aprender a história da vida deles". Então comecei a deixar de lado não só a forma mas também o conteúdo. Por exemplo, pedia aos alunos para pesquisarem em casa: sobre cantiga de ninar, expressões populares, jogos etc. Um pai chegou para mim e disse: "Vim te agradecer, porque eu tinha um problema de relacionamento com meu filho, mas agora ele apareceu querendo saber sobre as brincadeiras de quando eu era criança e começamos a conversar, a brincar". Eu nem sabia que aquele negócio estava ajudando a aproximar pais e filhos. Aí eu fui me libertando dos conteúdos cheirando a mofo e comecei a ver que estava partindo para uma outra coisa. Esse processo foi evoluindo na reflexão sobre o que é deixar de ser professor e virar educador. O professor ensina, o educador aprende.
Folha - E então o sr. começou seus projetos fora da escola, debaixo do pé de manga. Mas o sr. acha que a escola formal serve para alguma coisa?
Rocha - Ela serve para escolarizar. Ela dá um determinado tipo de informação e de conhecimento que atende um determinado tipo de demanda, um determinado tipo de modelo mental de uma sociedade que aceita, convive e não questiona.
Folha - Essa escola educa?
Rocha - Não. Ela escolariza. Uma coisa é falar em educação, outra é falar em escolarização. A maioria das pessoas que estão cometendo grandes crimes são pessoas escolarizadas. Então, que escola é essa? Para que ela serviu? Não ajudou nada, mas escolarizou. E essa escola continua sendo branca, cristã, elitista, excludente, seletiva, conformada. Ela seleciona conteúdos, seleciona pessoas, mas não educa.
Folha - O que significa a escola ser branca?
Rocha - Por exemplo, eu nunca tive aula sobre os reis do Congo, mas tinha aula sobre todos os Bourbons, reis europeus.
Folha - E conformada?
Rocha - A escola não permite inovação. Ela é reprodutora da mesmice. A escola formal não está só na forma. Ela está dentro da fôrma. O pior é quando ela está dentro do formol. É um cadáver. O conteúdo da escola está pronto e acabado. Os meninos que vão entrar na escola no ano que vem, independentemente de quem sejam, aprenderão as mesmas coisas, do mesmo jeito. Aprendem o que alguém determinou que tem que ser aprendido.
Folha - O que está errado com o conteúdo?
Rocha - Recentemente, uma menina de nove anos, lá em Curvelo, virou para mim e disse: "Tião, vou ter prova e esqueci o que é hectômetro". Eu disse a ela que ninguém precisa saber o que é isso, que não se preocupasse, isso não cairia na prova. Perguntei se ela sabia o que era centímetro, metro, quilômetro. Ela sabia. "Pronto, tá bom demais, você vai viver a vida inteira mais 15 dias e não vai acontecer nada", disse para ela. Passados uns dias: "Me ferrei. Caiu na prova e eu não sabia". Peraí: criança de nove anos tem que saber isso? Isso é conhecimento morto. Mas se eu pergunto se eu posso ensinar outra coisa, não posso. O que posso é ensinar as mesmas coisas de um forma diferente. No conteúdo não pode mexer. O vestibular cobra. É um processo seletivo que vai determinando e excluindo, afunilando, dizendo que, para entrar aqui, precisa pensar desse jeito, nessa lógica. Do ponto de vista da escolarização, tá indo muito bem. Agora, se tá educando ou não, ninguém discute. Quando uma criança é entrevistada e diz que é de determinado projeto porque quer ser alguém na vida, já sei que ela foi pessimamente educada. Um menino que aos 12 anos acha que não é ninguém na vida não tem mais auto-estima. Ele não é ele. Ela vai ser. É sempre um projeto adiado para o futuro.
Folha - Como deveria ser a educação?
Rocha - Um projeto de vida, não de formação para o mercado. A lógica da vida não é ter um emprego. Será que é possível construir um processo de uma escola que incorpore valores dignos, que passe a perceber que a ciência precisa estar condicionada a esses valores, que a tecnologia precisa estar condicionada a esses valores, que elas não podem ser determinantes dos valores humanos? Ter analfabetos não pode ser um problema econômico, é um problema ético. A experiência que a gente vem desenvolvendo no CPCD é saber se é possível fazer educação de qualidade. Claro que é. Só que você tem que botar uma pergunta que a gente sempre faz. É o MDI: "de quantas maneiras diferentes e inovadoras eu posso"... O resto você completa com uma ação: educar, alfabetizar, diminuir a violência, gerar mais renda. Quando a gente começa a fazer isso, aparecem 70 sugestões para alfabetizar, por exemplo. Vamos tentando uma por uma. Funcionou? Não? Risca. E vamos para a próxima. Quando chega na última, já tem mais tantas outras. Você não esgota o seu potencial de soluções para as crianças aprenderem.
Folha - Até onde vale criar soluções?
Rocha - Na educação, qual é a melhor pedagogia? É aquela que leva as pessoas a aprender. Na escolarização, a melhor pedagogia é aquela que dá mais sentido para quem a aplica. O CPCD foi secretário da Educação de Araçuaí. Lá tinha um problema: os meninos demoravam duas horas no ônibus. O que a gente fez? Colocou educadores no ônibus. Qualquer secretaria de Educação pode fazer. É só sair da caixa. Uma outra questão é o acesso aos livros. Há muitos anos, acompanhei a trajetória de dez crianças em Ouro Preto num período de seis, sete anos. Como eu sei se um aluno é da primeira, da segunda, da terceira série? É pelo tamanho da pasta. No primeiro ano, traz até uma mala. Leva tudo. Depois, vai deixando. No ginásio [quinta a oitava série], eles não levam quase mais nada. No colegial, às vezes leva só uma canetinha. Eu me perguntei se os livros perderam o encantamento ou se foi a escola que não soube mantê-los encantados. Juntei um monte de livros em baixo da árvore e mandava a meninada ir lendo. Em volta, deixava montinhos de sucata e escrevia uma placa: música, teatro, artes plásticas, literatura. Tudo que o menino lesse, tinha que ir numa direção e fazer música, teatrinho etc. É um jogo. Ler e transformar, do seu jeito. Eles ficavam lá a tarde inteira. Vinha gente de longe. Agora, por que será que esses meninos nunca tinham entrado numa biblioteca da escola? Porque ele não tinha prazer em entrar na biblioteca. Quando ia ler um livro, tinha que dissecar a obra, classificar o texto, responder a dez perguntas sobre aquele negócio. Em baixo da árvore, ele não tinha que responder a pergunta nenhuma. Era prazer, e não dever. Os livros não perderam o encantamento, portanto. Eu nunca li e detesto Machado de Assis. Por quê? Porque tive que fazer anatomia do livro. Achava um saco. Até hoje não consegui romper com isso.
Folha - Como enfrentar a falta de leitura?
Rocha - Faz chover livro na cabeça dos meninos. De todo jeito. Bornal de livros, algibeira de leitura, folia do livro, banco de livros, livro no ponto de ônibus. É igual propaganda. Como você quer que o cara não tome Coca-Cola? Vamos botar esse apelo para o livro. A gente foi tirando os meninos do estado de UTI. Vale tudo. É ético? É. Então, vale. Se nunca foi feito, a gente faz. Se errar, não tem problema. Temos que aprender.
Folha - Como você mexe no conteúdo? Tem um conteúdo básico?
Rocha - Claro. Tem que ter alguma coisa para começar. Precisa aprender os códigos de leitura, a a raciocinar e fazer cálculo, as quatro operações básicas. Mas não precisa saber o que é hectômetro.
Folha - Como diversificar? Ou por que diversificar?
Rocha - Há uns 20 anos, eu trabalhava bem no sertão. Tinha um projeto do governo para combater a doença de chagas na região. Parecia muito bom, as casas de adobe seriam substituídas por casas de cimento com condições de pagamento bem favoráveis. Mas não houve adesão dos moradores. O que os engenheiros não percebiam é que as casas pareciam um forno de tão quente. O pessoal do projeto dizia: "É uma questão de adaptação". Eu respondia: "Não começa, não. A casa de adobe resolve muito bem a questão térmica. Por que não fazem casa de qualidade com adobe naquele sertão?". Eles disseram que não sabiam fazer, que não aprendiam isso na faculdade de engenharia. Fiquei imaginando: eles não foram formados para fazer casas dignas para a população. Querem fazer em São Paulo e no sertão uma casa do mesmo tipo. Que lógica é essa? É a lógica do modelão. Hoje, entrou na moda fazer casa de adobe, é ecológico. Engraçado. Antes, as pessoas faziam casa assim. Aí vieram, cortaram a tradição, impuseram o modelão e, agora, querem voltar ao que se fazia antes, mas travestido de conversa nova.
Folha - Você é contra todo tipo de forma universalizante?
Rocha - Como padrão único, claro.
Folha - Você é a favor de uma transformação constante?
Rocha - Da diversidade permanente.
Folha - De uma pedagogia específica para cada pessoa?
Rocha - Não. O que não pode é aprender uma única coisa, todo mundo igual. Mas não é "cada um faz o que quer". O que não pode é dar pesos desiguais, ou seja, negar ou excluir coisas em função de critérios que são absolutamente ideológicos. É possível criar uma sociedade polivalente, diversificada? É, porque não foi feito ainda. Se ninguém fez, é possível. Isso é o que eu chamo de utopia. Utopia para mim não é um sonho impossível. É um não-feito-ainda, algo que nunca ninguém fez. É possível aprender brincando? A escola tem que ser o serviço militar obrigatório aos sete anos ou pode ser prazerosa? Aí eu coloco um indicador: a escola ideal deve ser tão boa que professores e alunos desejem aulas aos sábados, domingos e feriados. Hoje, temos exatamente o contrário. Os meninos estão no século 21 e a escola está Idade Média. A escola é a única instituição contemporânea que tem servos, tem serventes, pessoas que estão lá para nos servir. Nem em banco tem isso, lá são "auxiliares de serviços gerais". Quando eu trabalhava na Universidade Federal de Outro Preto, por acaso eu virei pró-reitor. Acabei indo a uma reunião de pró-reitores com o secretário da Educação. Aquele discurso enfadonho estava me enchendo o saco, até que eu disse: "Nesse país, uma escola nunca teve crise de aprendizagem: a escola de samba. Uma assessora do secretário disse que aquilo era inadmissível e perguntou se eu achava que a escola pública tinha que ser "aquela bagunça". Eu respondi: "Tô vendo que a sra. não entende nada de escola de samba. Na escola tem disciplinador, não tem? Pois na escola de samba tem diretor de harmonia". Entende? Uma coisa é cuidar da disciplina, outra coisa é cuidar da harmonia.
Folha - Como nasce uma nova forma de ensinar?
Rocha - Ou da dificuldade ou da pergunta. Somos movidos por uma pergunta, que vira um desafio, que vira uma encrenca. É possível educar debaixo do pé de manga? É possível criar agentes comunitários de educação? Vamos ficar pensando ou vamos aprender fazendo? Vamos aprender fazendo. A primeira coisa que a gente fez foram os "Não Objetivos Educacionais". Porque formular um objetivo é muito simples: basta colocar um verbo na forma infinitiva e depois encher de lingüiça. O nosso verbo é o "paulofreirar", que só se conjuga no presente do indicativo: eu "paulofreiro", tu "paulofreiras" e por aí vai. Não existe "paulofreiraria", "paulofreirarei". Ou faz agora ou sai da moita. Ação e reflexão, agora. As respostas vão sendo testadas e viram novas metodologias, pedagogias. Assim surgiu a pedagogia da roda, por exemplo, como um jeito de combater a evasão dos meninos. Não podemos perder os alunos, precisamos mantê-los interessados.
Folha - Seus métodos são tão abertos a ponto de aceitar que uma criança queira aprender na escola formal? Ou você quer acabar com a escola?
Rocha - Eu não quero acabar com a escola. Ela é muito mais importante do que parece. Ela tá longe de esgotar seu repertório, não usou nem 10% das possibilidades. Mas, para isso, ela precisa ter a ousadia de experimentar. É uma lástima dar às crianças só o que a escola formal oferece. É muito pouco. As pessoas querem tirar os meninos da rua e levar para a escola --só se for para prender, porque para aprender não serve. É muito chato. Por que, em vez de tirar da rua, não mudamos a rua? Lugar de criança é na escola, na rua, em todos os espaços. Todos os espaços podem ser de aprendizado. Há experiências de cidades educativas muito legais.
Folha - Como é sua relação com os governos?
Rocha - Eu não vejo muita diferença. Todos eles estão dentro da mesma caixa, só muda a cor. A escola que tem agora não é muito diferente da de oito anos ou 20 anos atrás. Vai só pintando a fachada. A lógica, o processo, a metodologia muda muito pouco, no geral. A gente não consegue estabelecer alianças com os governos porque incomoda pensar fora da caixa. Se incomoda, são refratários. Então a gente vem aprendendo a fazer política pública não-governamental.
Fonte: Folha Online
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"DESESPERO" DO MATTO DENTRO
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Aos Amigos e Companheiros.
Quem passou pelo Setor Público conhece bem o termo “obra de empreiteira”. A transposição do Rio São Francisco é uma clara “obra de empreiteira”.
Parto do suposto de que as pessoas envolvidas não são idiotas; logo, posso deduzir que todas elas têm ciência e consciência de que a transposição é uma “obra de empreiteira”.
À parte o dano irreparável ao São Francisco - já foi chamado de Rio da Unidade Nacional - o que mais me chama a atenção na parte técnica é o seguinte:
Para chegar ao seu “porto de destino”, a água precisa subir 500 metros de altura - repito o pleonasmo: subir 500 metros na altura, e não em sua extensão linear e horizontal - através de “n” estações de bombeamento. Acreditem!
Não existe atividade que seja economicamente viável com o preço a que a água chegará a seu “porto de destino” - investimento fixo na faixa dos US$.2,5 bilhões a ser amortizado ao longo do tempo e o custo da energia, claro. Haja rentabilidade!... A não ser que - ah!, já ia me esquecendo - nós todos banquemos a rentabilidade via subsídios pesados. Não faltará um político calhorda para criar um projeto com essa finalidade; e aqui me refiro ao Legislativo, Executivo e Judiciário.
Não me venham dizer que a transposição atenderá o povão do árido e do semi-árido nordestino; isto é conversa fiada para boi dormir ou para inglês ver. Para esta finalidade, estudos técnicos demonstram que existem alternativas mais inteligentes e baratas. Contudo, essas alternativas não chegam a ser “obras de empreiteira”. E mais: não falta água no árido e no semi-árido nordestino, é bom que fique claro.
Precisamos por a boca no mundo e gritar: abaixo a “obra de empreiteira” que é a transposição do Rio São Francisco e cadeia para seus patrocinadores.
Até que enfim, estou de acordo com a Igreja Cristã Católica, pelo menos, com parte dela: longa vida ao Bispo Luiz Flávio Cappio combatendo a transposição.
Saudações indignadas de um sertanejo do Vale do Jequitinhonha que vê desde criança, quando lá nadava, seus rios - Araçuaí e Jequitinhonha - secarem devagarzinho.
Raul Paixão 10/dez/2007
P.S. Porque não um grande projeto de revitalização do Rio São Francisco? Eu mesmo respondo: não seria uma “obra de empreiteira”. A Promotoria do Meio Ambiente de Itaúna, a 80 quilômetros de Belo Horizonte, está batalhando para que a revitalização aconteça no Rio São João - Bacia do São Francisco - e nós estamos ajudando com a preservação e/ou revitalização de suas matas ciliares, entre outras atividades.
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"CURIOSIDADES" DO MATTO DENTRO
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Empresa árabe anuncia "1ª cidade sustentável" do mundo
Representantes da empresa de energia árabe Masdar Initiative e arquitetos britânicos da Foster and Partners apresentaram nesta segunda-feira (21), durante uma conferência sobre energia em Abu Dhabi, os detalhes sobre a primeira cidade sustentável do mundo, localizada nos Emirados Árabes Unidos.
Chamada de Masdar ("a fonte", em árabe), a cidade será a primeira livre de emissões de carbono e desperdício. Além disso, será abastecida apenas com energia renovável.
Localizada no deserto nos arredores de Abu Dhabi, a cidade murada será construída em uma área de seis quilômetros quadrados e terá capacidade para abrigar 50 mil habitantes e 1,5 mil estabelecimentos comerciais.
A previsão é de que os primeiros moradores se mudem para a cidade no início de 2009.
Cidade "verde" - Segundo Norman Foster, da Foster and Partners, Masdar será livre de emissões de carbono, com 100% de sua energia fornecida por fontes renováveis.
A cidade deve abrigar também a maior fonte de energia fotoelétrica (conversão direta da energia solar em energia elétrica) do mundo.
Masdar também não terá desperdício, dizem os arquitetos, já que a previsão é de que 99% do lixo seja reciclado ou transformado em compostos.
Outra novidade é o transporte público da cidade, que não terá carros. De acordo com o planejamento urbano elaborado pelos arquitetos da Foster and Partners, nenhum pedestre terá que andar mais de 200 metros para ter acesso ao transporte público.
Além disso, a maioria das ruas da cidade terá apenas 3 metros de largura e 70 de comprimento para facilitar a passagem do ar e incentivar a caminhada.
"Masdar promete estabelecer padrões para as cidades sustentáveis do futuro", diz um comunicado da Foster and Partners.
Fonte: Estadão Online
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"ARTIGOS" DO MATTO DENTRO
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Nos bons tempos da falta d’água
Por Marcos Sá Corrêa
Que tal esquecer o apagão e admitir que, sem rios e mananciais preservados, as hidrelétricas dependem só das chuvas?
Esta é uma história do tempo em que a ministra Dilma Roussef dava jeito de uma vez por todas no problema da energia elétrica no Brasil. Não faz muito. Mas soa como se viesse do outro a declaração do repórter Stuart Laevenroth, do jornal The Sacramento Bee, queixando-se naquela época de que a imprensa “trata eventualmente de poluição ou degradação da água, mas se esquece da questão fundamental que é o suprimento”. Ao contrário de Laevenroth, Seth Hettena, da agência Associated Press, considerava sua especialização um privilégio, porque suas histórias “têm uma tensão natural na Costa Oeste, o que torna fácil escrevê-las”. O que parece também ser o caso de Todd Hartman, do Rocky Mountain News, numa rotina profissional agitada por ameaças de secessão entre vizinhos, no front do rio Colorado.
Seus depoimentos constam de um dossiê publicado pela Nieman, fundação americana que, desde 1937, dedica-se a polir jornalistas na universidade de Harvard. Os três têm um emprego que inexiste nas redações brasileiras. São especialistas em água. Sua especialidade vai se espalhando rapidamente pelos Estados Unidos, porque lá água é assunto sério, exigindo cada vez mais a atenção exclusiva de repórteres e editores. Com a desordem climática à vista, as secas ficaram piores num lado dos Estados Unidos e, no outro, os sistemas de captação, feitos para aproveitar o degelo da primavera, não garantem o suprimento do país, com menos neve e mais chuva daqui para a frente. Mas, aqui, só quem insiste em jogar água nas manchetes é o bispo Luiz Cappio, com suas greves de fome. O resto dribla o tema por tabela, quando os reservatórios baixam e – como diz o presidente Lula, até que ele resolva dizer o contrário – os boatos de apagão espirram nos jornais.
Nas melhores famílias
Escolados em desmentidos oficiais, os brasileiros podem até correr para as filas da febre amarela, nos postos de vacinação, ou as da vela, nos supermercados. Mas esquecem a água, como se ela nada tivesse a ver com o cotidiano de um povo que depende tanto das hidrelétricas e é ameaçado pelos mosquitos desde que a doença visitou Olinda pela primeira vez em 1685. A água não vem ao caso, seja através das usinas ou dos programas de saneamento básico. Talvez porque administrá-la não seja um surto, que dá e passa. Requer mudanças mais ou menos definitivas no dia-a-dia, coisa que político não gosta de propor e eleitor não gosta de ouvir.
Racionamento de energia acontece nas melhores famílias. Bateu duro na Califórnia, dois verões atrás. E bafejou em julho passado a indústria japonesa, quando um terremoto desconjuntou a usina nuclear de Kashiwazaki-Kariwa. Portanto, cortes ocasionais de fornecimento nem sempre são sintomas de atraso. Anacrônico mesmo é continuar culpando os céus pela inconstância da chuva, sem olhar para baixo e ver que não dá para querer hidrelétricas bem reguladas onde os rios têm cabeceiras devastadas, os mananciais estão poluídos e as matas ciliares são facultativas. Os brasileiros sabiam disso nos bons tempos da simples falta d’água. No século 19, quando murcharam as fontes que abasteciam o Rio de Janeiro, o imperador mandou o major Archer reflorestar as encostas da Tijuca. Atualmente, com tudo acontecendo pela primeira vez na história deste país, não se consegue mais prever nem esse passado.
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